Estudantes de pequenas cidades de Rondônia estão despontando entre os participantes da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Das seis medalhas de ouro conquistadas pelo estado desde a primeira edição, em 2005, quatro saíram de localidades distantes da capital Porto Velho, o município mais populoso e que ocupa a 4ª posição em número de habitantes na região Norte.

Rondônia é um dos quatro estados brasileiros que tiveram medalhistas de ouro em escolas rurais na 8ª edição, em 2012. Dentre os mais de 191 mil inscritos pelo estado, o destaque foi Wagner Borba Goltz, da escola municipal Ana Paula Marques, em Chupinguaia, com oito mil habitantes e situada a 533 quilômetros da capital rondoniense. 

O coordenador regional da Obmep, Gerson Flôres Nascimento, lembra que os casos de sucesso em pequenas cidades têm se tornado cada vez mais comum. Ele cita como exemplo o aluno Rúbens Castelo Branco, de Presidente Médice, que conquistou três medalhas de ouro, nas olimpíadas de 2005, 2007 e 2008. O município, com aproximadamente de 22 mil habitantes, fica a 346 quilômetros de Porto Velho.

“Apesar da estrutura melhor nas escolas da capital, os alunos do interior têm se destacado, mesmo em condições mais precárias e com a qualificação ainda não adequada dos professores”, afirma.

Além do esforço de alunos e docentes, ele atribui parte do resultado ao empenho logístico na divulgação da olimpíada em todo o estado. “Para isso, procuramos fazer reuniões regionais, o que acaba motivando os alunos e professores a participar”.

Homenagem

Na cerimônia de premiação dos medalhistas de ouro da Obmep 2012, realizada em 19 de junho, 27 professores foram homenageados pelo trabalho realizado com os alunos, como Vivian Sombra de Castro, da Escola Estadual Marcelo Cândia, de Porto Velho.

Há três anos ela atua na instituição e conta que acompanhou o progresso dos alunos após iniciar o trabalho paralelo de treinamento para a olimpíada. A turma foi estimulada a refazer as provas anteriores da Obmep, em horário inverso ao da aula, e teve a oportunidade de participar de um seminário de questões. “Eles aprenderam mais e o rendimento aumentou de 75% para 85% em relação à edição anterior”.

Em 2011, recorda Vivian, seus alunos ganharam cinco menções honrosas. No ano seguinte, esse número mais que duplicou, passando para 12 menções, além de uma medalha de bronze. “Quando mostrei o leque de oportunidades que a olimpíada oferece aos medalhistas, com bolsas de iniciação científica e mestrado, eles também ficaram mais motivados e passaram a perceber que só tinham a ganhar com o empenho nos estudos”, ressalta.

No ano passado, Rondônia teve o melhor resultado dos últimos oito anos em quantidade de menções honrosas, que passou de 310 para 378. Na ocasião, os rondonienses conquistaram, além da sexta medalha de ouro do estado, outras três medalhas de prata e 15 de bronze.

 

Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI