A cidade de Paulista, na Paraíba, é um dos fenômenos da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Na 8ª edição do evento, realizada em 2012, os estudantes do município conquistaram cinco das sete medalhas de ouro. O grupo de medalhistas será homenageado amanhã (19), em cerimônia que ocorre no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Os jovens irão à solenidade acompanhados dos parentes e da professora Jonilda Alves Ferreira, que representará o estado nordestino na premiação. Na solenidade desta quarta-feira, ela será uma das homenageadas por sua atuação profissional.
Jonilda leva na bagagem um histórico de dedicação ao ensino da matemática, o que tem servido de exemplo e de motivação para a cidade. Entre 2005 e 2008, seus alunos haviam conquistado 18 menções honrosas pelo desempenho nas provas.
A primeira medalha de bronze veio em 2009. “Ali já deu para perceber que poderíamos ir além”, conta a professora, cujo filho também é medalhista na Obmep. Wanderson Ferreira de Almeida, de 12 anos, não participará da cerimônia amanhã, uma vez que a solenidade é para a entrega das medalhas de ouro e ele, em 2012, recebeu a medalha de prata. “Das outras vezes fui para acompanhá-lo da plateia, agora vou viver emoções mais fortes, já que serei homenageada”, conta.
O percurso até o Rio de Janeiro é longo. Jonilda informa que, para percorrer os 410 quilômetros que ligam Paulista a João Pessoa, são seis horas em uma van. Depois de chegar à capital paraibana, mais três horas de voo.
“Mas estamos muito felizes, porque é o reconhecimento do trabalho que a gente vem fazendo. O que importa é colocar esses jovens para vivenciar tudo isso”, conta, em entrevista por telefone, concedida durante viagem para João Pessoa.
Ao lado dela, na van, estavam os pais das estudantes Laura Almeida Gomes, de Miriam Silva Medeiros e de Thaíssa Coelho Farias, que junto com os alunos João Pedro Gonçalves Soares e Daniely Mendes da Silva, receberão as medalhas de ouro. Desse grupo, Taíssa é da escola José Jerônimo Neto e o restante do colégio Cândido Assis Queiroga, onde Jonilda trabalha.
Aprendizado
Jonilda sempre gostou de matemática e, quando começou a lecionar, buscou inovar e procurar métodos mais práticos para o aprendizado da disciplina. “Quando surgiu a Obmep é que me interessei mesmo, porque jovem gosta de competição”, revela a professora, que além de trabalhar com o conteúdo disponibilizado pela olimpíada, aposta em atividades fora de sala de aula, como em supermercados e em farmácias, para motivar os alunos e reforçar o conhecimento adquirido.
“O objetivo é despertar neles o gosto pela disciplina. Como a matemática não é bem vista pelos alunos, a gente tem que cativar e conquistar para que tenham melhor desempenho”, observa. “A partir do momento em que gostam e se interessam é que podemos explorar mais coisas, é quando entra a preparação para as olimpíadas”.
Os estudantes da Paraíba receberam 30 medalhas pelo resultado nas provas no ano passado, sendo 21 de bronze, duas de prata e as sete de ouro. Desse total, além das cinco medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze foram do município de Paulista (PB).
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI