O medalhista Henrique Gasparini Fiúza do Nascimento. Foto: Beto Garavello/Ascom do MCTI
O brasiliense Henrique Gasparini Fiúza do Nascimento, de 17 anos, e o mineiro André Macieira Braga Costa, de 18 anos, são os primeiros heptacampeões da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (
Obmep).
No ano passado, oitava edição do evento, os craques dos números conquistaram mais uma medalha de ouro. Eles fazem parte do grupo que será homenageado na quarta-feira (19), em cerimônia a ser realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a presença da presidenta Dilma Rousseff e do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.
A bagagem adquirida durante anos de preparação para a olimpíada contribuiu para o ingresso dos jovens na universidade. André ficou em primeiro lugar na classificação geral do vestibular 2013 da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no qual foi aprovado para o curso de engenharia mecânica. Henrique conquistou sua vaga no curso de engenharia eletrônica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Henrique conta que a dedicação aos estudos começou quando estava na 4ª série do ensino fundamental e precisou se preparar para a seleção do Colégio Militar de Brasília, onde também foi estimulado a participar das olimpíadas científicas, especialmente a Obmep. “Certamente o meu primeiro ouro na Obmep [em 2006] foi decisivo para que eu me dedicasse ainda mais aos estudos da matemática”, conta.
Segundo o brasiliense, o interesse ganhou força quando, a partir da 6ª série (atual 7º ano), pode participar Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), oferecido aos medalhistas da Obmep pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI). Em 2009, Henrique passou a dedicar mais tempo à matemática ao entrar para o Preparação Especial para Competições Internacionais (Peci), outro programa da Obmep.
“Nos primeiros anos, eu simplesmente fazia as provas anteriores e parte do banco de questões quando ficava mais perto da prova”, relata. “Depois, meus objetivos mudaram bastante e, para isso, passei a ter uma rotina intensiva de estudos, lendo diversos livros de matemática e fazendo listas de exercícios fornecidos pelo curso e pela internet”.
Recompensa
O resultado se revelou em diversas competições. Além das sete medalhas de ouro na Obmep, Henrique também foi premiado na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) – também promovida pelo Impa e que envolve escolas públicas e particulares – e em olimpíadas de outras áreas do conhecimento, como Física e Química.
Ele também foi selecionado para participar de seis competições internacionais, e conquistou duas medalhas – uma de bronze e outra de prata – na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO, na sigla em inglês).
“Essas medalhas, assim como a minha primeira medalha da Obmep, são de grande valor para mim”, revela o jovem, que não economiza elogios à iniciativa. “Graças à Obmep faço parte de um grupo seleto de alunos que se dedicam ao estudo da matemática pelo prazer de fazê-lo. Tenho contato com pessoas incríveis da área e um raciocínio matemático mais desenvolvido que antigamente”.
Aos estudantes que gostam de desafios, matemática ou de ambos, ele recomenda apostar nos estudos, o que além, de ampliar os conhecimentos, permite a abertura de novas possibilidades. “Investir tempo estudando problemas olímpicos pode ser muito prazeroso e pode levar a oportunidades incríveis, seja pelo desenvolvimento acadêmico ou pelo ambiente promovido pela olimpíada”.
Desafios
“A Obmep desenvolveu o meu gosto por matemática”, reforça o mineiro André, ao admitir que não tinha interesse pela matéria até participar do PIC. “Quando comecei a frequentar as aulas, fui colocado em uma sala avançada, a partir daí, comecei a gostar mais de matemática, pois me pareciam desafiadores os problemas e os conteúdos do programa”.
Além das sete medalhas da Obmep, André também conquistou cinco medalhas de ouro na Olimpíada Mineira de Matemática, outras quatro (duas de ouro e duas de prata) da OBM, duas medalhas (prata e bronze) da Olimpíada Iberoamericana, uma medalha de prata na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), uma de ouro da Olimpíada Iberoamericana Universtária de Matemática e uma menção honrosa na Romanian Master of Mathematics de 2012.
O jovem também atribui as conquistas ao Peci, programa do qual participou no período de 2009 a 2012. “Junto com meu esforço individual, ele aprimorou muito minhas habilidades em matemática e me possibilitou obter todos os resultados que obtive”, comenta. “A Obmep certamente foi a olimpíada que mais abriu portas na minha vida. Fiz muitas amizades que seguem até hoje e amadureci bastante com as possibilidades de viajar e conhecer pessoas de outras partes do Brasil e do mundo”, avalia o estudante, que atualmente faz o Programa de Iniciação Científica e Mestrado (Picme), também oferecido pela Obmep.
Iniciada em 2005, a Obmep é uma atividade do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), criado para estimular o estudo da disciplina entre alunos e professores de todo o país. É promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Ministério da Educação (MEC), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). O Impa é uma organização social supervisionada pelo MCTI.
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI