Uma nova versão do modelo regional Brams de previsão de tempo, que cobre toda a América do Sul, foi lançada pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI). O Brams, versão 5.0, já está operacional para até sete dias.
O modelo gera previsões com resolução espacial de 5 quilômetros, enquanto o anterior fornecia previsões com resolução de 20 quilômetros. O avanço só foi possível devido À alta capacidade de processamento do novo supercomputador Cray, do Inpe, o Tupã, instalado no CPTEC, em Cachoeira Paulista (SP).
Os desenvolvimentos para tornar a nova versão do Brams operacional levaram cerca de um ano. Para cobrir toda a extensão da América do Sul, foram necessárias 1.360 x 1.480 células horizontais e 55 níveis verticais. As células de grade, num total de 110 milhões, aproximadamente, são processadas simultaneamente nos 9.600 processadores do Cray, em computação paralela.
Este esforço coordenado pelo Grupo de Modelagem Atmosférica e Interfaces (Gmai) colocou o CPTEC em posição de competitividade em relação aos principais centros operacionais do mundo. O centro de previsão do National Centers for Environmental Prediction (NCEP), por exemplo, gera previsões a partir de um modelo similar – o National Mesoscale Model – de 4 quilômetros, 70 níveis verticais e grade de 1.371 x 1.100 células, que cobre toda a região continental dos Estados Unidos.
Para desenvolver esta nova versão do modelo Brams, também utilizado para a previsão e monitoramento da poluição do ar, utilizou-se um modelo não hidrostático, que representa com maior precisão processos físicos de menor escala, como o desenvolvimento e a dissipação de nuvens e chuvas. Diversos avanços em parametrização (representações matemáticas de processos físicos) foram realizados para nuvens, radiação solar e processos e dinâmicas de superfície.
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Texto: Ascom do Inpe