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Agropecuária desacelera ritmo de emissões de gases de efeito estufa
05/06/2013 - 22:15
Nas estimativas que apontam uma redução de 38,7% nas emissões de gases de efeito estufa no Brasil, aquelas geradas pelo setor agropecuário aparecem com um aumento de 5,2% de 2005 a 2010. O percentual, no entanto, representa um ritmo abaixo do verificado na década anterior.

 “Se você compara a taxa de crescimento de 1995 a 2005, de quase 24%, com os cinco anos seguintes, 5,2%, percebe que houve uma redução da velocidade em que as emissões vinham crescendo”, observou o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre. “A agropecuária está aumentando seu produto econômico bem mais rápido que suas emissões. De 2005 a 2010, o PIB agrícola cresceu 26,5%.”

O secretário avalia que inovações tecnológicas no campo causarão um declínio ainda maior nas emissões. “O que nós provavelmente veremos nos próximos anos é a agropecuária cada vez mais melhorando sua intensidade de carbono”, previu. “O plano de agricultura de baixo carbono deve diminuir impactos em biomas, ecossistemas, biodiversidade, água e solo fértil.” Nobre citou iniciativas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/Mapa) para remover gases de efeito estufa da atmosfera. “Solos agrícolas podem se tornar sumidouros importantíssimos de carbono”, disse. “A Embrapa tem uma série de simulações e cálculos, que, ao juntar a maior eficiência na produção com a factível absorção de carbono pelos solos, podem projetar uma diminuição das emissões da agricultura em médio prazo.”

A perspectiva de novos avanços nesse sentido também foram destacadas pelo ministro Marco Antonio Raupp em reunião do  Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC). 

Energia

Responsável pela maior taxa de crescimento entre 2005 e 2010 – 21,4% –, o setor de energia manteve o ritmo da década anterior, quando ampliou seus valores em quase 42%. “Agora, a nossa matriz de gases estufa começa a tomar uma forma parecida com a dos países industrializados, onde a maior parte das emissões vêm de energia”, ressaltou Nobre. “Isso já caracterizou a estimativa de 2010 e deve ser uma tendência que vai continuar no futuro.”

O secretário destacou o plano setorial do Ministério do Meio Ambiente para a área: “O Brasil precisa, logicamente, atentar para a eficiência energética e a mudança do padrão comportamental de consumo, e também explorar mais rapidamente o nosso potencial de energia renovável, que é muito grande.”

Para a diretora de Políticas e Programas Temáticos do MCTI, Mercedes Bustamante, a queima de combustíveis fósseis relacionada aos transportes pode ser amenizada. “Atacar o problema da mobilidade urbana ajuda na mitigação de gases de efeito estufa, reduz outros poluentes atmosféricos e representa um enorme salto de qualidade de vida das nossas populações, porque diminui impactos na saúde humana e o tempo em que os habitantes passam se deslocando de um ponto a outro das cidades”, argumentou.

No período analisado, as emissões de processos industriais aumentaram praticamente na mesma proporção que as do setor agropecuário: 5,3%.

Resíduos

O tratamento de resíduos ampliou seus números em 16,4% de 2005 a 2010. “Embora seja observado um aumento, é importante lembrar que o setor ainda representa somente 4% das emissões”, ressaltou Mercedes. “Além disso, a estimativa se refere ao ano de 2010, e é provável que a gente tenha na próxima edição do relatório algum impacto da Política Nacional de Resíduos Sólidos.”

Nobre reforçou que os dados do relatório não abrangeram o período de atuação de sistemas de coleta de metano de aterros sanitários. “Só o lixão de Gramacho, na Baixada Fluminense, vai impedir que vários milhões de toneladas de gases cheguem à atmosfera”, exemplificou. “Se você somar todos os sistemas de aproveitamento de metano dos lixões do Brasil que estão entrando em operação, é muito provável que comecemos a ver uma diminuição dessa taxa.”

Acesse a apresentação do secretário sobre o relatório.

 

Texto: Rodrigo PdGuerra – Ascom do MCTI

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