Teve início nesta segunda-feira (3) a primeira reunião de avaliação, integração e acompanhamento do programa destinado ao fomento do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (Sisbiota). O evento é realizado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), em Brasília.
Os eixos temáticos do programa visam monitorar e ampliar o conhecimento, estabelecer padrões e processos e auxiliar no desenvolvimento de bioprodutos e demais aplicações para os recursos da diversidade biológica brasileira.
O diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Paulo Sérgio Lacerda Beirão, disse que o principal objetivo do programa é justamente ampliar a base de dados disponível sobre os biomas brasileiros. “Nós conhecemos uma fração pequena da nossa biodiversidade e precisamos expandir esse conhecimento. Com isso, posteriormente, pretendemos gerir de forma racional e sustentável esse patrimônio brasileiro”, ponderou. “Estamos reunidos neste evento para acompanhar a evolução do programa, saber como os projetos estão, o que avançou, quais são os problemas encontrados até este momento e criar subsídios para ações futuras”, explicou Beirão.
Em meio às apresentações dos resultados alcançados por 38 redes de pesquisa contempladas pelo programa, a diretora de Políticas e Programas Temáticos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Mercedes Bustamante, ressaltou a missão central de caráter sustentável do Sisbiota. “Temos uma oportunidade ímpar de avançar muito no conhecimento sobre a biodiversidade através dessas redes. Inclusive, acho que são programas como esse que vão garantir a preservação dos nossos ecossistemas”, disse.
Mercedes lembrou que o ministério vem discutindo a elaboração de um programa nacional estruturante para a biotecnologia, pedido pela presidenta da República, Dilma Rousseff, durante a última reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), em fevereiro. “Todas as propostas podem ser apoiadas. Enviem os resultados das pesquisas e das reuniões de avaliação ao MCTI”, pediu. “Eles podem render propostas de chamadas e políticas públicas, inclusive, com possibilidade de já serem inclusas no orçamento do próximo ano, já que ele ainda será discutido ao longo do segundo semestre deste ano.”
Base para políticas
A gerente de projetos do departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Daniela América Suárez Oliveira, reforçou a opinião da diretora do MCTI e do diretor do CNPq quanto ao aproveitamento dos resultados alcançados pelas redes. “As propostas desse programa servirão para nortear a composição de políticas públicas ambientais. Sendo assim, o MMA se interessa por esta avaliação e certamente será usuário das informações”, afirmou. Leia sobre alguns dos balanços apresentados.
As propostas das redes abrangem os sete biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Pampa e Zona Costeiro-Marinha.
Os projetos aprovados incluem três linhas centrais de atuação: as sínteses e lacunas do conhecimento da biodiversidade da Zona Costeiro-Marinha; a pesquisa para ampliação do conhecimento sobre a biota, o papel funcional, uso e conservação da biodiversidade brasileira; e a pesquisa temática para o entendimento e previsão de respostas da biodiversidade brasileira às mudanças climáticas e aos usos da terra.
A criação das redes de pesquisa teve apoio de edital lançado em 2010 pelas duas pastas em conjunto com a da Educação. Oito pesquisadores integram o comitê que avaliará os resultados alcançados. O evento prossegue até quinta-feira (6).
Texto: Ascom do CNPq