O ministro na abertura do evento. Foto: Camilla Baptistin/Ascom do MCTI
Foi sob o panorama da inovação como uma estratégia fundamental para a competitividade das empresas que o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, esteve em Vitória, nesta segunda-feira (3), para participar da abertura da 13ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica. Ao seu lado, na mesa principal, estiveram presentes o presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Carlos Calmanovici, e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
O ministro iniciou seu discurso afirmando que as empresas já têm ciência do caráter estratégico da melhoria da competitividade e da importância da inovação para o desenvolvimento do país. Para ele, tal consciência já está consolidada também nos setores acadêmicos, políticos e sindicais. A meta, acrescentou, é que o Brasil se torne um protagonista mundial nesse campo.
“Inovar é construir um futuro melhor para o país. A inovação tecnológica deixou de ser uma opção e passou a ser uma urgência para o desenvolvimento do Brasil. O governo está correspondente às expectativas e aos anseios das empresas”, ressaltou, citando como casos modelares os da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/Mapa), da Embraer e da Petrobras.
Investimentos
Durante sua apresentação, Raupp também retratou o Plano Inova Empresa e reforçou o empenho da presidenta Dilma Rousseff pela iniciativa, lançada por ela, em março, no valor total de R$ 32,9 bilhões. “Tal volume de recursos realça a convicção do governo federal de que a inovação é indispensável para o país e expõe o entendimento de que o setor público está disposto a compartilhar com as empresas os riscos da inovação”, afirmou.
Ele observou que o plano elevou substancialmente o patamar de investimento na atividade inovadora. “Para as operações de crédito estão reservados R$ 20,9 milhões, com juros subsidiados a taxas de 2,5% a 5% ao ano. Os empréstimos poderão ter até quatro anos de carência e até 12 anos para pagamento e poderão responder por até 90% do projeto”, detalhou. “Esse volume de recursos sem precedentes é apenas uma das vertentes do plano para atender com eficácia às necessidades das empresas e seus esforços inovadores.”
Entre as novidades, citou também a integração dos instrumentos de financiamento; a descentralização da distribuição dos recursos, visando a dar mais agilidade, objetividade e capilaridade ao sistema de financiamento das empresas inovadoras; e a cooperação dos agentes estaduais com os federais como uma maneira de atender as demandas de todas as regiões do país.
O ministro destacou o papel desempenhado pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras. “A entidade pautou a atividade, levando conhecimento para dentro das empresas, com participação efetiva nas políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação”, comentou. “Tem como uma de suas metas o acompanhamento da instalação e operação da Embrapii [Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial], que será um elemento importante nessa política, além do acompanhamento nas discussões do Congresso Nacional do marco legal para a ciência, tecnologia e inovação, que é um requisito para desempenhar satisfatoriamente as relações entre as instituições geradoras de conhecimento e aquelas que têm capacidade de transformar esse conhecimento em valor econômico”, pontuou.
Potencial
Em sua fala, o presidente da Anpei, Carlos Calmanovici, avaliou que o Brasil tem um enorme potencial a ser transformado em ações e resultados concretos para apoiar os programas de inovação. “Já existe uma resposta consistente das empresas demonstrando entendimento da importância estratégica da inovação e seu impacto nos negócios das empresas”, disse.
Segundo o dirigente, recursos e conhecimento são uma necessidade dessa frente, mas para maximizar os impactos também deve haver uma gestão competente. “É preciso que os esforços e as estratégias das empresas estejam alinhados às demandas da sociedade”, defendeu. Ele informou que até o fim da conferência serão apresentados 36 casos de experiências inovadoras e s participantes consolidarão um documento que vai propor melhorias ao sistema de inovação.
O governador Renato Casagrande afirmou que o Brasil vive, neste momento, a necessidade de uma “agenda do futuro”. “É o que estamos fazendo hoje nesta conferência: discutindo e levantando essa ação parceira entre os setores produtivos, a iniciativa privada e os governos, para que alcancemos mais inserção internacional. Para o Espírito Santo é uma excelente oportunidade de se inserir nesse mercado competitivo e eficiente”, completou.
Texto: Thalita Isa Ramos – Ascom do MCTI