O projeto de pesquisa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanodispositivos Semicondutores (INCT-Disse) que prevê o desenvolvimento de um chip de silício para a leitura de sinais de fotodetectores começa a dar resultados. A ideia é que o novo produto consiga verificar o desempenho de diversas topologias de circuitos integrados digitais e analógicos para condicionamento e leitura de sinais provenientes de fotodetectores quânticos iluminados por luz infravermelha.
Os fotodetectores podem medir a radiação infravermelha para a detecção de gases em ambientes industriais e refinarias, assim como o calor do corpo humano ou de animais por meio da tecnologia conhecida como visão noturna, e podem contribuir para o monitoramento agrícola e pecuário, entre outras aplicações.
O Chip IR1 foi fabricado com a tecnologia CMOS 0,35 micrometros e concebido por seis projetistas ao longo de cinco meses. Estiveram envolvidos no projeto professores, alunos de graduação e de pós-graduação dos departamentos de Engenharia Elétrica e Engenharia Eletrônica, além do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, todos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), parceiros no INCT.
Segundo o professor da UFMG Davies William de Lima Monteiro, pesquisador do INCT e coordenador do projeto, o chip está sendo testado para futura aplicação em sistemas para detecção de radiação infravermelha. “CMOS é a tecnologia dominante para circuitos integrados no mundo. Hoje, os sinais dos detectores quânticos desenvolvidos no país são medidos por meio de equipamentos geralmente grandes e de alto custo”, explica.
Produto brasileiro
“Pretendemos criar um produto 100% nacional que seja mais acessível a esse mercado em expansão no país e que poderá ser compatibilizado com a tecnologia microeletrônica nacional. Hoje, a Ceitec S.A é uma das empresas que trabalham para implantação dessa tecnologia”, diz.
Monteiro ressalta que a faixa do infravermelho em questão, com comprimentos de onda entre 2 e 10 micrometros, apresenta potencial para aplicações militares, o que dificulta a importação de qualquer tipo de dispositivo ou sistema.
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Texto: Ascom do CNPq