A assinatura do acordo na Cnen. Foto: Ascom da Cnen
Foi assinado nesta segunda-feira (6), no Rio de Janeiro, o contrato com a empresa que vai elaborar o projeto básico dos itens e sistemas nucleares do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
Trata-se de um equipamento voltado a pesquisa que tem como uma de suas finalidades a produção de radioisótopos, que são a base para os radiofármacos utilizados na medicina nuclear e para produção de fontes radioativas usadas em aplicações na indústria, na agricultura e no meio ambiente. O empreendimento, a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTI), fica em Iperó (SP), e deverá entrar em funcionamento em 2018.
O contrato se insere no âmbito dos acordos de cooperação bilateral para o desenvolvimento de usos pacíficos da energia nuclear e na declaração conjunta firmada pelos presidentes Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva, em fevereiro de 2008. A empresa contratada é a argentina Invap, que está projetando, naquele país, um reator semelhante ao RMB, como parte dos acordos.
O contrato assinado na segunda-feira, com prazo de execução de 12 meses e valor de R$ 24,7 milhões, foi entre a Invap e a Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro (Redetec), entidade responsável pela gestão dos recursos disponibilizados no âmbito de convênio entre a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI), a Redetec e a Cnen. O projeto básico dos prédios, infraestrutura e sistemas convencionais está sendo desenvolvido pela empresa nacional Intertechne, contratada em janeiro de 2012 também com recursos Do convênio.
Autossuficiência
Com o RMB, o Brasil está a caminho de se tornar autossuficiente na produção de radioisótopos e radiofármacos, substâncias essenciais na medicina nuclear, especialidade médica que hoje possibilita diagnóstico preciso e tratamento de doenças relevantes, como o câncer, além de possuir importantes aplicações em problemas cardíacos e avaliação das atividades cerebrais, entre outras.
O Brasil tem quatro reatores de pesquisa em funcionamento. A produção de radioisótopos ocorre principalmente no reator IEA-R1, instalado na unidade da Cnen em São Paulo, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Esse equipamento, porém, não tem capacidade para produzir o molibdênio 99, radioisótopo que dá origem ao radiofármaco tecnécio 99m, utilizado em mais de 80% dos 1,5 milhão de procedimentos de medicina nuclear realizados anualmente no país. A Cnen importa atualmente todo o molibdênio 99.
Leia mais.
Texto: Ascom da Cnen