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Pesquisa de Brasil e Japão encontra sinais de continente submerso
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A comemoração dos primeiros resultados do projeto no Atlântico Sul. Foto: Davi Fernandes/Ascom do MCTI
06/05/2013 - 20:32
Brasil e Japão anunciaram nesta segunda-feira (6) a descoberta de sinais da existência de um continente submerso a cerca de 1.500 quilômetros do litoral brasileiro. As duas partes se reuniram no Rio de Janeiro, para comemorar os primeiros resultados obtidos no acordo de cooperação bilateral para pesquisa científica no leito do Oceano Atlântico.  

O evento integra as atividades relacionadas ao projeto Atlântico Sul – Nova Fronteira do Conhecimento. A cerimônia no Píer Mauá, no Rio de Janeiro, contou com a participação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e marcou ainda a abertura do período de visitação ao navio Yokosuka e ao submarino Shinkai, usados na expedição.

Batizada de Iatá-Piúna, a expedição teve início em 13 de abril, na Cidade do Cabo, na África do Sul, e seguiu pela Elevação do Rio Grande e pela Cordilheira de São Paulo. Na elevação descobriu rochas continentais, o que indicou a possibilidade do continente submerso. Essas conclusões foram obtidas com o uso do pelo submergível Shinkai, capaz de chegar a 6.500 metros de profundidade.

“Pela primeira vez, pesquisadores brasileiros fizeram um mergulho em Rio Grande. Com a ajuda de dragagem foi possível acabar com uma dúvida grande que tínhamos: a ocorrência de granito nessa região. Esse é um dado político e cientificamente importante, pois podemos caracterizar como uma área continental brasileira”, destacou o presidente do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM/MME), Manoel Barretto.

O projeto é uma parceria da CPRM com o Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (USP) e a Agência Japonesa de Ciências do Mar e da Terra (Jamstec), com o apoio do MCTI e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Para o presidente da Jamstec, Asahiko Taira, a parceria nipo-brasileira trará resultados importantes para o setor. “Os dois países têm muitos pontos em comum”, disse. “Entendemos que não há parceiro melhor do que o Brasil nas áreas de ciência e tecnologia. O pesquisador-chefe dessa missão já destacou que os brasileiros são os mais dedicados e preparados. E isso tem demonstrado o grande acerto em trabalharmos com o país. Este é o primeiro passo de uma série de outros que virão.”

Próxima etapa

No segundo trecho da expedição, será explorado o Platô de São Paulo. Seis pesquisadores brasileiros participam do projeto, que, depois de pesquisar o Atlântico Sul, seguirá para o Mar do Caribe.  “Queremos pesquisar ecossistemas nunca antes vistos”, completou o embaixador do Japão no Brasil, Akira Miwa.   

Ao ressaltar os avanços já obtidos, a coordenadora para Mar e Antártica do MCTI, Janice Trotte-Duhá, observou que a escolha do nome da expedição já era uma forma de prever esses resultados. “O nome significa explorar o profundo e o desconhecido. Tenho certeza de que essa escolha serviu como base para que nós trouxéssemos à superfície uma quantidade de conhecimento científico que deverá fazer toda a diferença quando nós pensarmos não só nas nossas águas territoriais, mas, também, nas internacionais sobre as quais o Brasil detém interesse.”   

Representando o Ministério das Relações Exteriores, Ademar Seabra também comemorou os resultados. “Esse é o começo de um trabalho privilegiado”, avaliou. “Desejamos que o projeto prossiga e se desenvolva ao longo dos anos. Que essa jornada do navio e do submarino seja a inauguração de uma longa fase de cooperação na área de ciências do mar.” 

Em palestra sobre novas direções para a pesquisa oceânica no País, Janice Trotte-Duhá lembrou que deverá ser criado neste mês o Instituto Nacional de Pesquisa Oceânica e Hidroviária. “Esse projeto já surgirá com um novo navio de pesquisa a ele subordinado para que possamos fazer todas as pesquisas necessárias nos atlânticos Sul e Tropical”, comentou.

Segundo a coordenadora, o instituto preencherá uma lacuna existente no país: “O Iatá-Piúna, por exemplo, poderia estar ligado a ele. Podemos afirmar que dará uma organicidade maior à pesquisa científica no oceano de interesse do Brasil.”

 

Texto: Luiza Seixas – Ascom do MCTI

Outras Imagens
O submergível Shinkai 6500. Foto: Davi Fernandes/Ascom do MCTI
O submergível Shinkai 6500. Foto: Davi Fernandes/Ascom do MCTI
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