Estudante do 8º semestre de Engenharia Elétrica na Universidade de Brasília (UnB), Pedro Nehme,
o segundo brasileiro a viajar ao espaço, destaca na sua formação as experiências acadêmicas e de estágio, no Brasil e no exterior.
Desde o primeiro semestre do curso na UnB, ele participa das atividades do Laboratório de Automação e Robótica (Lara). “É um lugar muito especial, como poucos do Brasil. Temos muitos projetos de nível internacional e desenvolvemos pesquisas que grandes universidades americanas e europeias também desenvolvem”, observa. “Grande parte do meu conhecimento é devido ao que aprendi nos projetos que desenvolvi com colegas e orientadores”.
O estudante integra um projeto da universidade que simula uma missão espacial e, no segundo semestre, irá lançar um minissatélite para o espaço em um balão. Fora da academia, Nehme faz estágio na Agência Espacial Brasileira (AEB), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O brasiliense venceu um concurso realizado pela empresa aérea holandesa KLM com mais de 129 mil participantes de vários países. O desafio consistia em adivinhar em que ponto iria parar um balão de alta altitude monitorado por câmeras e GPS. O estagiário da AEB foi o que mais se aproximou do resultado oficial. Ganhará como prêmio uma vaga em viagem espacial comercial a ser promovida pela empresa Space Expedition Corporation (SXC) no início do ano que vem. “Foi apenas um palpite, mas toda a minha bagagem técnica me fez decidir o que era razoável e o que não era”, avalia.
CsF
Em 2012, Nehme teve a oportunidade de estudar na Catholic University of America, em Washington (EUA), e estagiar no Goddard Space Flight Center, em Greenbelt (programa da Agência Espacial Americana – Nasa), por intermédio do programa Ciência sem Fronteiras.
Segundo ele, a experiência permitiu que ele amadurecesse e se desenvolvesse pessoal e profissionalmente. Além de ter sido uma oportunidade para mostrar o talento e a capacidade dos jovens brasileiros.
Ele recorda que, ao chegar à Nasa, muitos pesquisadores demonstraram receio em relação ao seu desempenho, mas que, ao ir embora, recebeu elogios pelo trabalho desenvolvido e o convite para retornar quando quisesse. “Eles confessaram que não sabiam que no Brasil existiam estudantes assim”, relata. “Por isso, é importante para o país mostrar que possui estudantes muito bem formados”.
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI