Resultados dos sobrevoos que coletaram dados sobre as queimadas na Amazônia estão sendo apresentados em Manchester, na Inglaterra, por responsáveis pela missão South American Biomass Burning Analysis (Sambba), uma cooperação científica entre Brasil e Reino Unido. Os dados coletados servirão aos estudos dos impactos sobre o clima regional e global, além de avaliar melhor como as emissões interferem na qualidade do ar e no tempo.
Durante esta terça-feira (30) e a quarta (1°), representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Universidade de São Paulo (USP), do UK-Met Office e de universidades britânicas discutem os próximos passos da Sambba, como o desenvolvimento de modelos de previsão da qualidade do ar e do clima.
Os modelos computacionais usarão informações obtidas recentemente na Amazônia. Entre 14 de setembro e 3 de outubro do ano passado, os pesquisadores passaram 67 horas a bordo de uma aeronave inglesa equipada com sofisticados medidores capazes de caracterizar plumas de queimadas, entre outros dados para o estudo. As atividades, que envolveram alunos de pós-graduação e cientistas de ambos os países, tiveram o apoio do Ministério da Defesa.
Com as queimadas, a atmosfera recebe uma quantidade enorme de aerossóis e gases traços que altera o balanço de radiação, a microfísica das nuvens, o ciclo hidrológico e a qualidade do ar.
“As partículas de aerossol desempenham um papel importante no clima e meio ambiente da região amazônica e para a saúde e qualidade de vida dos seus cidadãos. Apesar de alguns aerossóis se formarem naturamente, muitos são gerados pela queima de biomassa durante a estação seca”, explica a pesquisadora Karla Longo, do INPE, que lidera a pesquisa.
Validação de modelos
Os novos dados servirão ao desenvolvimento e à validação de modelos de química da atmosfera nas escalas regional e global. O objetivo da Sambba é melhorar o entendimento científico sobre queimadas e até a capacidade de previsão das plumas de fumaça.
Além dos impactos no clima, as emissões de queimadas degradam a visibilidade e a qualidade do ar sobre extensas regiões. É crescente a preocupação sobre como isso afeta a produtividade da Amazônia, seus recursos naturais e potenciais econômicos, bem como o ciclo hidrológico na região.
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Texto: Ascom do Inpe