Moradores e usuários das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, reuniram-se com integrantes do Programa de Conservação e Manejo de Jacarés do Instituto Mamirauá para dar continuidade à elaboração de estratégias comunitárias de conservação de vertebrados aquáticos, tendo como foco os jacarés amazônicos.
Segundo a bióloga Kelly Torralvo, as ações estão sendo fortalecidas pelo Projeto Aquavert, desenvolvido pelo Instituto Mamirauá, com apoio do Programa Petrobras Ambiental. O programa utiliza a educação ambiental como ferramenta para consolidar parcerias com comunidades locais de diversas unidades de conservação.
“O intercâmbio entre o conhecimento tradicional e o conhecimento científico é o eixo fundamental nesse tipo de atividade”, diz o coordenador do componente jacarés do Aquavert , o biólogo, Robinson Botero-Arias. “O mapeamento participativo é o primeiro passo para a aproximação entre ribeirinhos e pesquisadores. Em conjunto com os métodos padronizados dos pesquisadores e técnicos, inicia-se a construção de um sistema participativo de informações, que se reverte em estratégias conjuntas para a conservação e o uso potencial dos recursos naturais com critérios de sustentabilidade”.
Segundo ele, as ações, do Aquavert têm resultado no envolvimento das comunidades para incrementar o potencial de informações sobre a biologia e ecologia das espécies de jacarés amazônicos. "No último ano, conseguimos registrar mais de 500 ninhos de jacarés na Reserva Mamirauá, assim como outras informações novas sobre a biologia dessa espécie. Com certeza, sem o apoio das comunidades não teríamos atingido este nível de informação", avalia Botero-Airas.
Desdobramentos
O encontro ocorreu em 6 de abril e contou com representantes das comunidades de Porto Alegre, Porto Alves, Paraíso e Curupira, que confeccionaram um mapa participativo do setor, indicando a presença ou ausência das espécies jacaré-açu, jacaretinga e jacaré-paguá e suas áreas de nidificação em corpos hídricos.
O próximo passo consiste em visitar as comunidades e realizar o planejamento das atividades de validação de mapas participativos, com coleta de informações no campo, para a próxima temporada de reprodução dos jacarés, que inicia em setembro.
Texto: Thiago Almeida – Ascom do Instituto Mamirauá