O coordenador Eduardo Soriano na reunião do Senado. Foto: Lia de Paula/Agência Senado
Especialistas ouvidos pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado nesta segunda-feira (15) defenderam maiores investimentos em fontes alternativas de energia. Segundo eles, fontes como a energia eólica ou solar podem representar fatores de desenvolvimento para o país.
O coordenador-geral de Tecnologias Setoriais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Eduardo Soriano, apresentou um relato das diversas ações da pasta na área de energias renováveis.
O pesquisador em energia e consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) Luiz Horta Nogueira manifestou preocupação com a possibilidade de priorização do desenvolvimento de certas fontes na matriz energética brasileira – como a solar e a eólica – sem o acompanhamento da devida autossuficiência na produção de equipamentos e elaboração de projetos.
“Preocupa-me muito a expansão de fontes muito inovadoras que se baseie na importação de produtos, projetos e tecnologias”, disse.
O presidente da comissão, o senador Fernando Collor (PTB-AL), avaliou que a falta de profissionais no setor é um obstáculo. “Um dos principais nós para que o Brasil possa se desenvolver a taxas compatíveis com o que a sociedade deseja, merece, precisa é a falta de mão de obra especializada. Em todas as áreas, não somente na formação de doutores, mas também de técnicos os mais diversos, e tudo isso remete quase sempre à educação, educação de base”, alertou.
Eficiência
Nogueira, da ONU, chamou a atenção também para a necessidade de diminuição do desperdício de energia. Sem isso, afirmou, o Brasil não atingirá padrões adequados de desenvolvimento. “Importante dizer que o uso de energia eficiente não deve ser colocado como atitude de sovinice ou de coerção. Nós vamos fazer isso porque isso é inteligente, é isso que se está fazendo no mundo”, defendeu.
O professor Ricardo Rüther, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), destacou o potencial de desenvolvimento da energia solar no país. Segundo ele, a instalação de painéis solares na mesma área do lago de Itaipu permitiria uma geração de energia elétrica pelo menos duas vezes maior que a produzida atualmente pela usina.
Ruther apontou como gargalo para a ampliação do uso da energia solar no Brasil a inexistência de um amplo sistema de financiamento para os consumidores finais dos equipamentos de geração. Segundo ele, o custo de instalação de um sistema fotovoltaico em residências individuais já se tornou economicamente interessante, tendo em vista o valor atual das tarifas de energia elétrica.
Do mesmo modo, o diretor de Eólica do Centro de Energias Renováveis (CER), Alexandre Costa, citou diversas vantagens do emprego de parques eólicos na geração de energia elétrica.
Em sua avaliação, o sistema, além de ter preços relativamente baixos de instalação quando comparado a outras fontes, diminui consideravelmente as possibilidades de falhas pelas características de fragmentação das unidades eólicas de geração.
Texto: Ascom do MCTI, com informações da Agência Senado