O coordenador geral da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (Obfep), José David Viana, explica que um dos objetivos gerais do evento é desenvolver nos jovens estudantes um perfil diferente, visando a um método educacional que se baseie não só na teoria, mas também na prática cotidiana. A iniciativa, nos moldes da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), traz como diferencial a experimentação científica.

No ano passado, por exemplo, os alunos analisaram as propriedades de molas helicoidais. “Após a realização da prova, o experimento permitiu ao professor uma discussão em sala de aula sob pelo menos dois aspectos: os conceitos de elasticidade do ponto de vista teórico, analisando o movimento de corpos sujeitos ao tipo de força que essas molas exercem, e, do ponto de vista prático, na suspensão de automóveis e motos - já que, para cada veículo, é necessário um tipo de mola com características específicas”.

A edição deste ano deve ser lançada no início de abril com inscrições abertas até o dia 10 de maio. A previsão é a de que a primeira fase de provas ocorra no dia 6 de agosto e a segunda, em 19 de outubro. Os resultados da olimpíada de 2012 já podem ser conferidos no site oficial da Obfep.

Participação nacional

No ano passado a olimpíada esteve presente pela primeira vez todo o território brasileiro e contou com a participação de 1,2 milhão de estudantes. Para Viana, a iniciativa superou as expectativas da comissão organizadora.

“Recebemos diversas manifestações de professores sobre o interesse e a motivação dos estudantes em participar. Foram vários os alunos que solicitaram aos professores que discutissem em aula os temas do programa oficial da olimpíada, bem como os problemas modelo”.

Para atender à demanda dos estudantes, na edição 2013 foi editado um livro com todas as questões da Obfep 2010 e 2011 resolvidas, material que poderá ser usado pelos professores. “Esses fatos indicam que, se ainda todos não foram atingidos, parte dos objetivos da Obfep está sendo alcançado e de forma mais rápida que o imaginado”, observa Viana.

Histórico

A Obfep foi organizada em caráter piloto em 2010 e 2011, como atividade paralela à Olimpíada Brasileira de Física (OBF), que é promovida pela Sociedade Brasileira de Física (SBF). Em 2010, envolveu os estados da Bahia, de Goiás, do Piauí e de São Paulo. Em 2011, a experiência foi estendida ao Maranhão e ao Mato Grosso.

No modelo aplicado em 2012, a Obmep se dividiu em duas fases. Na primeira, realizada em quatro de setembro, participaram todos os estudantes inscritos pelas escolas, que responderam a uma prova objetiva composta por 15 questões. A avaliação ocorreu na própria instituição de ensino em um dia da semana.

Na segunda fase, aplicada no dia 10 de novembro, aproximadamente 50 mil estudantes realizaram provas teórica e experimental. Na parte prática, receberam um kit com o qual fizeram experimentos, compreendendo medidas e análise dos resultados. O kit foi desenvolvido no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC/USP).

 

Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI