O grupo de pesquisa em Ecologia e Biologia de Peixes do Instituto Mamirauá realizou uma nova coleta de piracatinga (Calophysus macropterus) na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Segundo a bióloga Danielle Pedrociane, o objetivo da pesquisa é estudar o ciclo reprodutivo da espécie, já que não há muitas informações a respeito desse peixe, que tem interesse econômico pesqueiro em função da exploração para os mercados da Colômbia e do Nordeste do Brasil.
“Vamos analisar agora as piracatingas coletadas para saber se elas podem ou não estar desovando aqui [na reserva] ou se elas estão indo desovar em outro lugar. Somente após essas avaliações, por meio de análises macroscópica e histológica das gônadas, é que poderemos responder se há áreas de reprodução aqui ou não”, disse Danielle.
A pesquisa terá duração de 12 meses. A coleta, que ocorreu entre os dias 19 e 20 de março, foi a terceira realizada no âmbito do estudo, que teve início em janeiro. Ao mês são capturados 100 animais, sendo que 70 são medidos e devolvidos ao rio. Uma amostra de 30 peixes é levada para o laboratório do Instituto Mamirauá, onde a biometria é realizada.
“Nós medimos, pesamos, retiramos as gônadas, vemos o sexo e o estágio de maturidade sexual, para saber se o peixe é jovem ou adulto”, informou Danielle, acrescentando que o trabalho de histologia (o estudo dos tecidos biológicos de animais e plantas, sua formação, estrutura e função) é que definirá o tipo de população existente na região.
“O resultado da pesquisa mostrará também o status atual da população dessa espécie na região. Nós vamos poder analisar se a longo prazo o estoque dessa população estará comprometido ou não pela exploração pesqueira", disse Danielle.
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Texto: Eunice Venturi – Ascom do Instituto Mamirauá