O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) recebeu um novo filhote de peixe-boi, resgatado por pesquisadores da instituição na Reserva Amanã, no Amazonas.
O animal, batizado de Jerusa, tem aproximadamente dois meses de vida e foi capturado acidentalmente por pescadores da comunidade de Nova Jerusalém em uma rede malhadeira durante o processo de pesca nos igarapés locais.
Jerusa chegou ao instituto na sexta-feira (22), apresentando um corte profundo no dorso, uma série de arranhões pelo corpo e um ferimento na cabeça.
Segundo a estagiária em veterinária Mônica de Abreu, do Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico de Base Comunitária, apesar dos ferimentos, o animal está bem de saúde.
“Ela não possui doenças aparentes, apesar dos muitos ferimentos. Realizamos os exames físicos e a biometria, tratamos os ferimentos com cicatrizantes e oferecemos mamadeira. Ela receberá antibióticos por sete dias para auxiliar no tratamento”, explicou.
Pesca
A coordenadora do Projeto Aquavert, a oceanógrafa Miriam Marmontel, chama a atenção para as ocorrências de peixe-boi nas redes de pesca.
“O aumento do uso da malhadeira em detrimento de artes mais tradicionais, como o caniço ou a flecha, fez aumentar a ocorrência de peixe-boi ferido. Muitas vezes, os animais maiores conseguem escapar rasgando as redes – o que não acontece com os filhotes, que são presas fáceis”, disse.
Miriam pondera que, se por um lado o fato de a comunidade ter o instituto como referência seja “animador”, “por outro, a situação é preocupante, pois foram quatro filhotes resgatados nos últimos três meses". O Instituto Mamirauá é uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
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Texto: Thiago Almeida – Ascom do Instituto Mamirauá