A terça-feira (26) foi a data em que o Brasil sediou a primeira transmissão em tempo real de uma cirurgia em ultra-alta definição (ultra HD). Também conhecida como 4k, a tecnologia permite gerar imagens em resolução quatro vezes maior que a de imagens em full HD.
O feito coloca o Brasil no grupo de nações que despontam em inovações tecnológicas para telemedicina e também no rumo de um novo paradigma de captação e transmissão de imagens de altíssima qualidade.
A cirurgia cardíaca foi realizada em Natal, no Hospital Universitário Onofre Lopes, integrante da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), e transmitida para o Laboratório de Realidade Virtual da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Tratou-se de um teste do protótipo de equipamento para reprodução (player) e transmissão (streamer) em 4K que integra o projeto Visualização Avançada, financiado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“O projeto não contempla a aplicação da tecnologia 4K em uma área específica. Fizemos agora uma demonstração relacionada com telemedicina, mas pretendemos ampliar para outras áreas como astronomia, cinema digital, dança etc.”, explica o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da RNP, Leandro Ciuffo.
Escolha
Segundo ele, a universidade foi escolhida para o experimento porque, além de estar conectada à rede Ipê – infraestrutura de internet de alta capacidade gerida pela RNP – também possui projetores 4K. A transmissão, acompanhada remotamente por núcleos da Rute, foi aprovada por pesquisadores ligados tanto à área médica como tecnológica. “Os médicos e alunos puderam perceber detalhes da cirurgia que muitas vezes não são percebidos nem mesmo pela equipe médica na sala de cirurgia. Imagine visualizar um coração ampliado com 2 metros de largura”, observa Ciuffo.
O gerente de P&D afirma que a tecnologia já foi testada e está disponível para ser utilizada, dependendo apenas de investimentos para sua popularização: “A aplicação dessa tecnologia em outros hospitais, por exemplo, depende de investimentos que precisam ser feitos pelo governo ou pelos próprios hospitais para instalar os equipamentos necessários e capacitar pessoal”.
Texto: Ascom da RNP