A Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB) chega à sua nona edição em um ano em que a presidenta Dilma Rousseff pediu ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) dar
prioridade à biotecnologia, como medida crucial ao desenvolvimento do país. A novidade anima a Associação Nacional de Biossegurança (ANBio), que coordena e organiza o evento com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI).
“Estamos bastante esperançosos com essa disposição do governo federal, porque a base da biotecnologia são os cursos de biologia”, diz a presidenta da ANBio, Leila Macedo. “O ideal seria aumentar o número de laboratórios, porque hoje o Brasil perde muito em competitividade pelo fato de o aluno sair do ensino médio para a universidade sem nenhuma visão laboratorial.”
Voltada a alunos de escolas públicas e particulares, a OBB está com inscrições abertas até 9 de abril. Para participar, um professor de cada instituição deve se credenciar pelo site do evento e, feito isso, cadastrar os estudantes.
A primeira fase ocorre em 13 de abril, com aplicação de provas em formato de múltipla escolha em todas as unidades da Federação. Na segunda etapa, em 26 de maio, um exame de perguntas objetivas seleciona os donos das 20 maiores notas para um período de treinamento prático e teórico no Rio de Janeiro.
Olimpíadas internacionais
Os oito com melhor classificação garantem vaga para representar o Brasil nas olimpíadas Internacional e Ibero-Americana de Biologia, na Suíça e na Argentina. Em 2012, a equipe nacional conquistou uma medalha de bronze no evento mundial, em Singapura, e duas de ouro e duas de prata entre latino-americanos e ibéricos, em Portugal. Desde 2008, brasileiros subiram ao pódio 23 vezes nas duas olimpíadas – seis delas pela competição principal.
Medalhista de ouro no ano passado, o mineiro Leonardo Afonso Costa entrou para a história como o primeiro aluno de colégio público a defender o país em uma olimpíada de biologia em território estrangeiro. A presidenta da ANBio estima que cerca de 70% dos participantes da OBB vêm de escolas da rede pública. Até o momento, porém, somente Leonardo se aproximou das primeiras posições. A última edição da olimpíada teve 70 mil estudantes inscritos.
Leila destaca o “componente social” de eventos como a OBB. “As olimpíadas de ciências são consideradas pela Unesco um instrumento de inclusão”, afirma. “Elas contribuem para a melhoria da educação em diversos países do mundo. Buscamos diminuir a lacuna entre os ensinos médio e universitário, além de elaborar projetos para melhorar a qualificação de alunos de escolas públicas.”
Texto: Rodrigo PdGuerra – Ascom do MCTI