A reunião da rede no MCTI. Foto: Giba/Ascom do MCTI
A criação de um programa de pós-graduação em rede e investimentos da ordem de R$ 47 milhões envolvendo 102 projetos nas áreas de biotecnologia e biodiversidade. É o que a Rede Centro-Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação (Pró-Centro-Oeste) possibilitou nos primeiros três anos de funcionamento. Os resultados do trabalho desenvolvido foram apresentados nesta quarta-feira (20), em reunião com representantes dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal (DF). Na ocasião, também foi assinado o termo de concessão dos projetos da Rede Pró-Centro-Oeste do DF.
A rede foi instituída, por meio da Portaria MCT/MEC 1.038, de 10 de dezembro de 2009, com objetivo de consolidar a formação de recursos humanos, a produção de conhecimentos científicos, tecnológicos e de inovação que contribuam para o desenvolvimento sustentável da região Centro- Oeste, com vistas à conservação e uso sustentável dos recursos naturais do Cerrado e do Pantanal. Estão previstos investimentos da R$ 150 milhões em cinco anos.
A articulação congrega instituições de ensino e pesquisa dos três estados e do DF e suas respectivas secretarias de Ciência e Tecnologia e fundações de Amparo à Pesquisa. Com estrutura no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é dirigida por um conselho diretor, gerenciada por uma secretaria executiva e assessorada por um comitê científico e comitês locais.
Para a formação de recursos humanos, foi estruturado um programa de pós-graduação multi-institucional, em nível de doutorado, que integra as quatro unidades da Federação que compõem a região Centro-Oeste, sendo as áreas de concentração. O Aplicativo de Proposta de Cursos Novos (APCN) foi submetido à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) em julho de 2011 e aprovado em maio de 2012.
Segundo o secretário executivo da rede, Ruy Caldas, o doutorado, que obteve nota 4 da Capes, vai contar com cerca de 60 orientadores e o lançamento do edital está previsto para abril. Para ele, a novidade foi uma das grandes conquistas da rede, por se tratar de uma área estratégica para o Brasil. “Um doutorado em rede que vai colocar essa região em nível internacional para que nós possamos ser um dos líderes em desenvolvimento da bioindústria internacional”, frisou.
Desenvolvimento regional
O secretário executivo do MCTI, Luiz Antonio Elias, que presidiu o encontro, também frisou a importância da iniciativa e dos avanços conquistados. “Isso corrige uma dificuldade e uma assimetria considerável na região, dentro da estrutura universitária brasileira, em que havia uma concentração muito forte no Sudeste do Brasil e agora nós estamos ampliando isso para outras regiões com qualidade”, disse, ao destacar o papel relevante das agências de fomento – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e Capes –, no processo.
Outra ação considerada positiva pelo secretário do MCTI foi a ampliação das pesquisas sobre os biomas. Como primeira ação da rede, edital lançado em 2010 contemplou três linhas de pesquisa: Ciência, Tecnologia e Inovação para Sustentabilidade da Região Centro-Oeste; Bioeconomia e Conservação dos Recursos Naturais; e Desenvolvimento de Produtos, Processos e Serviços Biotecnológicos.
Foi essa chamada que destinou R$ 47 milhões a pesquisas, com repasses previstos nos exercícios de 2010 e 2011, sendo R$ 30 milhões provenientes dos fundos setoriais. Como resultado, foram contratadas 16 redes, envolvendo 102 projetos de pesquisa, mais de 600 alunos e 550 pesquisadores. “Os biomas do Cerrado e do Pantanal são muito ricos. A ideia é utilizar conhecimento para agregar valor à cultura e à indústria local com sustentabilidade e respeitando as comunidades tradicionais”, comentou Elias.
Fomento ao Distrito Federal
A assinatura do termo de concessão dos projetos da Rede Pró-Centro-Oeste do DF contou com a participação de pesquisadores e do presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP-DF), Alexandre Donikian Gouveia, recém-empossado no comando da instituição.
Diante do distanciamento da fundação brasiliense em relação aos compromissos com a rede, Gouveia anunciou a retomada dos trabalhos. Para o primeiro edital da rede, a FAP se comprometeu a financiar o custeio de 29 projetos, totalizando R$ 5,6 milhões. Em novembro do ano passado, foi feita a assinatura de outorga de nove projetos. “O restante desse volume será celebrado até o dia 10 de março”, garantiu o presidente.
“É um momento importante porque coloca para o futuro um novo paradigma e patamar para a ciência e tecnologia no Distrito Federal”, comentou o secretário Elias.
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI