A campanha de captura de aves na
Reserva Mamirauá, promovida pelo Instituto Mamirauá, por meio do Grupo de Pesquisa em Ecologia de Vertebrados Terrestres, capturou e anilhou 1.145 espécies em 2012, entre agosto e novembro.
"O anilhamento das aves de praia resultou em indivíduos marcados com anilhas do Cemave do ICMBio, sendo dez adultos e 540 filhotes de trinta-réis-grande, e 269 adultos e 326 filhotes de corta-água. A maioria dos indivíduos adultos teve os dados biométricos mensurados", afirma a bióloga Bianca Bernardon, responsável pela pesquisa. O centro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade coordena a política de conservação das espécies de aves brasileiras e daquelas que têm o país em sua rota migratória.
As capturas ocorreram em 52 dias e foram desenvolvidas na praia do Meio, próxima da comunidade Novo Horizonte, que fica três horas distante de Tefé (AM). Segundo Bianca, os resultados foram muito positivos, pois foram anilhadas quase 350 aves além da meta inicial de 800 indivíduos. "A partir de agora, vamos monitorar essas aves capturadas em vários pontos dos rios Solimões e Japurá, realizando capturas com redes de neblina e lunetas para identificar aves anilhadas, que também serão fotografadas", informa a pesquisadora, acrescentando que as comunidades serão visitadas para explicar o trabalho e ressaltar a importância dos moradores darem informações se encontrarem aves anilhadas.
Além das capturas, o projeto está desenvolvendo atividades de pesquisa sobre as aves que se alimentam nos plantios de agricultores da Reserva Amanã. As principais aves citadas por eles foram papagaio-da-várzea, urubu, araçari, tucano, arara, maracanã, curica, periquito, graúna, cujubim e jacu. Métodos utilizados para evitar os ataques estão sendo pesquisados. "Este estudo será finalizado nos próximos meses e, em julho, as atividades com as aves de praia serão retomadas em mais três praias ao longo do médio rio Solimões e baixo Japurá", planejou.
O objetivo da pesquisa é conhecer a rota migratória e a reprodução das aves para identificar áreas prioritárias para a conservação, pois os locais utilizados para reprodução e descanso poderão ser conhecidos a partir deste estudo. "Temos visto até agora que as únicas praias utilizadas pelas aves para construir seus ninhos são aquelas protegidas pelos agentes ambientais voluntários, capacitados pelo Instituto Mamirauá. Sendo assim temos a intenção de propor práticas que auxiliem na preservação destes importantes ambientes para nidificação das aves migratórias", concluiu.
Texto: Eunice Venturi – Ascom do Instituto Mamirauá