Os representantes do MCTI na oficina voltada aos municípios. Foto: Giba/Ascom do MCTI
“Nossa meta é o estímulo à difusão das novas tecnologias consolidadas nas universidades e institutos de pesquisas, voltadas para a inclusão social”, enfatizou a secretária interina de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis/MCTI), Sônia da Costa, durante oficina realizada no 2º Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas – Municípios Fortes, Brasil Sustentável, em Brasília, nesta quarta-feira (30).
Durante uma hora, a secretária apresentou a estrutura de programas voltados às ações de inclusão social, coordenados pelo ministério, que podem ser desenvolvidas nos municípios. Ela esclareceu dúvidas sobre editais e concorrências públicas e elencou metas da Secis para 2013. “Possibilitar a apropriação do conhecimento científico e tecnológico, o incremento da renda e a melhoria da qualidade de vida”, explicou.
Entre os projetos, Sônia destacou a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que neste ano será realizada entre 21 e 27 de outubro, com o tema “Ciência, saúde e esporte”. Na edição do ano passado, o evento registrou a participação de 723 municípios, 912 instituições e 23.134 atividades cadastradas. Os municípios poderão aderir, de acordo com a secretária, à edição de 2013, por meio do edital que será lançado pela Secis ainda no primeiro semestre. Ela falou também sobre os centros vocacionais tecnológicos (CVTs).
Editais
Foi citada a relação dos editais voltados à promoção, popularização e difusão da ciência, tecnologia e inovação, direcionados aos municípios, que serão lançados neste ano. “Teremos um destinado à organização de feiras e mostras; um para adesão à Olímpiada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas [Obmep] e outro para a consolidação de espaços científico-culturais, como os museus”, explica Sônia da Costa. A previsão é que o edital da Obmep seja lançado durante o primeiro semestre e o restante ao longo do segundo.
Ela informou aos gestores presentes à oficina que o MCTI possibilita aos municípios a criação formação de parcerias na área de serviços tecnológicos. A intenção é abastecer as cidades com infraestrutura de rede que facilite acesso à internet de maior velocidade nas vias públicas – com a instalação de equipamentos que permitem acesso à internet por meio de notebooks –, e em espaços públicos, como escolas e bibliotecas, por fibra ótica ou rede híbrida integrada (cabeamento, satélite, radiofrequência, entre outras).
A instalação dessa tecnologia nas instituições públicas permite ainda a integração dos órgãos que atuam nas áreas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) nas localidades, com da criação de uma rede metropolitana de comunicação. “Desta forma é possível contribuir para a inclusão social, a integração de políticas de gestão de CT&I e o fortalecimento da gestão pública municipal”, finalizou Sônia.
Após a palestra, os presentes na oficina puderam esclarecer dúvidas sobre os diferentes temas com representantes da Secis. Participaram o diretor de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia, Ildeu Moreira, o analista de Ciência e Tecnologia da Se Osório Coelho e os assistentes Vivian Pires e Saulo Ribeiro.
Banco de projetos
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mairinque (SP), Eugênio Fattori, sugeriu a criação de um banco de projetos destinado aos municípios. “Acredito que isso facilitaria o esclarecimento e a absorção das informações, e a adesão às ações do MCTI. Uma das características destas novas gestões é a dificuldade inicial de elencar prioridades estratégicas”, explica. “Em Mairinque, optamos por investir em ciência e tecnologia e estamos criando um órgão responsável pelo tema.”
Já o vereador de São Sebastião da Boa Vista, município localizado no Sul da Ilha de Marajó (PA), Delcimar Viana (PT), sugeriu que o MCTI adote uma comunicação oficial alternativa com as prefeituras que ainda têm dificuldade de acesso pleno à internet, e facilite a disseminação das informações entre os jovens, faixa etária com maior adesão aos aparelhos que permitem acesso móvel à rede. “Na região Norte do país, a internet ainda é muito cara. Para não perdermos prazos, seria interessante que o ministério adotasse iniciativa semelhante ao que já faz o Ministério da Saúde para avisar sobre os projetos”.
A cidade tem aproximadamente 22 mil habitantes e desse total, segundo Delcimar, 60% tem acesso à internet. “Aqueles que moram na região urbana conseguem navegar na rede. Já os residentes da zona rural ainda não acessam.” O vereador manifestou o interesse em apresentar um requerimento à administração municipal, solicitando a adesão ao programa de Cidades Digitais.
Outra sugestão do parlamentar, acolhida para análise pela equipe técnica do ministério, é a criação de um canal de comunicação que facilite a disseminação de informações aos jovens. “Temos aproximadamente mil residências com acesso à internet no município. Já o número de jovens que possuem smartphones e navegam diariamente deve girar entorno de 3 mil a 5 mil”, estimou. “Se houver uma comunicação oficial nas redes sociais que informe sobre os projetos e programas, fica mais fácil chegar a esse público”, completou.
Ao final dos questionamentos, concentrados no esclarecimento de dúvidas sobre editais e as etapas para apresentação de projetos, o diretor Ildeu Moreira convidou os municípios a participar da SNCT 2013. “Pretendemos deixar como legado o avanço na relação do esporte com a saúde, algo semelhante ao que o Reino Unido construiu no ano passado, durante os Jogos Olímpicos de Londres”, disse.
Texto: Ricardo Abel – Ascom do MCTI