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Brasil e Japão firmam compromisso para enfrentar desastres naturais
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Os representantantes de Brasil e Japão assinam o acordo. Foto: Giba/Ascom do MCTI
29/01/2013 - 17:05
Catástrofes do início do ano retrasado marcaram profundamente a história de brasileiros e japoneses. Diante da possibilidade de enfrentar novas tragédias, representantes da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica, na sigla em inglês) e de três ministérios do Brasil assinaram nesta terça-feira (29), na Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), um documento que marca o início da cooperação entre os dois países em gestão de risco e resposta a desastres naturais. 

O objetivo é aumentar a capacidade de ambas as partes de lidar com eventos como as tempestades, enchentes e desabamentos que mataram mais de 900 pessoas na região serrana fluminense em janeiro de 2011, ou o terremoto seguido de tsunami que sacrificou ao menos 13 mil vidas na costa nordeste do país asiático em março.

“A assinatura deste memorando pode levar o Brasil a aprender com o alto grau de desenvolvimento que o Japão tem na área”, disse o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre. “Queremos realmente estabelecer uma colaboração de longo prazo com as instituições de lá, para, a partir da experiência japonesa, estudar os aspectos mais científicos da defesa civil e aprimorar nossa condição de promover alertas em tempo hábil.”

De acordo com Nobre, a cooperação abre uma oportunidade no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras. “Acabamos de aprovar um componente de desastres naturais e identificamos 45 instituições no mundo – oito delas no Japão – com desenvolvimento científico e tecnológico de excelência nesta área”, explicou o secretário. “O memorando vai permitir o estreitamento das relações entre o Brasil e o Japão, inclusive permitindo o envio de estudantes.”

Reestruturação

O secretário nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional (MI), Humberto Viana, explicou aos japoneses que o sistema brasileiro de defesa civil passa por reestruturação. “Esse processo que iniciamos hoje com o memorando certamente vai nos ajudar a modernizá-lo”, comentou. “Reafirmo a nossa expectativa de aprender com a experiência que o Japão possui.”

Terceira pasta envolvida, o Ministério das Cidades foi representado pelo gerente de projetos da Secretaria de Programas Urbanos, Marcel Sant’ana, que ressaltou que cerca de um quarto da população brasileira tem deficiência física. “Essas pessoas são muito afetadas em grandes desastres”, lamentou. Os diretores dos centros nacionais de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), Agostinho Ogura, e de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad/MI), Rafael Schadeck, compareceram ao ato de assinatura.

O líder da missão da Jica, Norihito Yonebayashi, afirmou que o Japão se sente honrado por cooperar com o Brasil em um assunto tão importante. “Nós compreendemos bem que a prevenção de desastres seja tratada com urgência pelo Brasil, mas nosso entendimento é que somos parceiros”, declarou. “Então, espero que não apenas os senhores aprendam conosco, mas que cada um possa trazer seus pontos positivos e, ao final disso tudo, possamos diminuir pelo menos um pouco o número de vítimas e os danos causados nos dois países.”

Yonebayashi comparou o investimento em prevenção de desastres à compra e ao armazenamento de medicamentos em casa. “Mesmo que não estejam gripados, os senhores pagam por esses remédios”, comentou. “Dessa maneira, a prevenção deve prevalecer na consciência de cada um dos agentes das esferas federal, estadual e municipal do governo, que devem se envolver e se articular da melhor maneira, para que essas ações se realizem de fato.”

“Se o desastre não acontece, a prevenção não chama atenção, mas, uma vez que aconteça o desastre, a omissão das ações preventivas é revelada, no momento em que se identificam os danos e as vítimas”, completou o representante da Jica, ao mencionar uma estimativa divulgada em uma reunião recente sobre desastres naturais na cidade de Sendai: “Se investirmos um dólar em prevenção hoje, podemos evitar o desperdício de sete amanhã. Não é apenas a proteção da vida humana, mas de toda uma sociedade, de toda uma economia.”

Solidariedade recíproca

O secretário Carlos Nobre agradeceu à agência pelo apoio prestado desde a catástrofe na região serrana, há dois anos. “Após esse grande desastre natural, o maior da história do Brasil, o governo japonês imediatamente ofereceu ajuda, por meio de cooperação técnica e científica”, lembrou. “Hoje nós damos um passo muito importante, resultado prático dessa oferta generosa do Japão.”

Já Norihito Yonebayashi recordou a contribuição brasileira no atendimento aos sobreviventes de março de 2011. “Depois do terremoto e do tsunami, recebemos bastante solidariedade e colaboração muito fraterna de vocês”, disse. “São dois países com uma amizade muito importante.”

Antes do ato de assinatura, o líder da missão japonesa pediu um minuto de silêncio em respeito às 231 vítimas do incêndio na casa noturna Kiss, de Santa Maria (RS), na madrugada do domingo (27). “Gostaria de apresentar meus pêsames às famílias”, disse. “Rezamos pela recuperação dos feridos.”

No Brasil há uma semana, a missão japonesa visitou o Cemaden, em Cachoeira Paulista (SP), e diversos municípios com áreas de risco. O documento assinado deriva de uma reunião técnica realizada ontem (28), em Brasília. A discussão havia sido iniciada em outra expedição da Jica ao país, em setembro de 2012. Antes, em fevereiro daquele ano, o tema esteve na pauta de encontro do ministro Raupp com o presidente da agência espacial japonesa (Jaxa). No início deste mês, o presidente da Jica se reuniu com o titular do MCTI na sede da pasta federal.

 

Texto: Rodrigo PdGuerra – Ascom do MCTI (atualizado em 29/01/2013)

Outras Imagens
Areunião de assinatura em Brasília. Foto: Giba/Ascom do MCTI
Areunião de assinatura em Brasília. Foto: Giba/Ascom do MCTI
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