C A-    A+ A    A    A
   buscar    busca avançada Mapa do site Fale Conosco  
   

imagem
Concurso selecionará projeto para reconstrução da estação antártica
Clique para ver todas as fotos de Concurso selecionará projeto para reconstrução da estação antártica
O presidente do IAB, Sérgio Magalhães, lança o concurso. Foto: Davi Fernandes/Ascom do MCTI
22/01/2013 - 16:28
O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e a Marinha do Brasil lançaram, nesta terça-feira (22), o Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz, que selecionará o projeto arquitetônico das novas instalações da estação científica mantida pelo governo brasileiro. O evento foi realizado na sede do IAB, no Rio de Janeiro, com a presença do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), representado pelo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Carlos Nobre. 

Inaugurada em 1982, a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) foi destruída por um incêndio em 25 de fevereiro de 2012. O fogo consumiu cerca de 70% das instalações e matou dois militares. Segundo o comandante da Marinha do Brasil, o almirante Júlio Soares de Moura Neto, o desmonte da estação antiga foi concluído há dez dias. “A nova estação poderá abrigar 200 pesquisadores e deve custar cerca de R$ 100 milhões. É claro que o custo vai depender das exigências do projeto vencedor, mas achamos que deverá ser aproximado ao da nova estação espanhola, que custou cerca de € 40 milhões”, destacou.

O concurso será aberto à participação de arquitetos brasileiros e estrangeiros associados a escritórios do país. O caráter internacional do concurso tem como objetivo promover intercâmbio de conhecimento entre profissionais de diversos países e estimular a inovação tecnológica. Além disso, para que a estação incorpore todos os requisitos técnicos e ambientais, será exigida a formação de uma equipe multidisciplinar constituída por diversos especialistas, sob a coordenação do arquiteto responsável pela elaboração do projeto.

A iniciativa conta com o apoio do MCTI e com o suporte de departamentos de diversas instituições de ensino e pesquisa, também engajadas no plano de reconstrução da estrutura. Segundo Carlos Nobre, o ministério alocou recursos, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para a aquisição de todos os instrumentos perdidos durante o incêndio. “Possivelmente, no próximo verão, a maioria desses instrumentos já estará instalada na nossa base na Antártica”, afirmou.

Pesquisas

O secretário destacou ainda que a pasta, com a comunidade científica, o comando da Marinha e o Ministério do Meio Ambiente, está trabalhando para minimizar as perdas. “O que nós queremos tirar da Antártica é o conhecimento”, disse. “Temos mais de 30 anos de dados coletados e a pequena perda de informações que tivemos com o incêndio não irá atrapalhar o nosso objetivo. Por isso, é importante reconstruir rapidamente a base e recompor as pesquisas. Esperamos que a nova estação permita ao Brasil expandir ainda mais a sua capacidade de produzir conhecimento internacional.”

O edital e o termo de referência do Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz serão publicados no site da seleção, com previsão de ir ao ar na segunda-feira (28). “A ideia é que a estação brasileira se torne uma referência, principalmente em relação aos aspectos de inovação tecnológica de projeto e dos sistemas como um todo”, afirmou o presidente do IAB, Sérgio Magalhães. “O desafio de apresentar uma solução sofisticada, tanto do ponto de vista tecnológico quanto do construtivo e espacial, certamente irá despertar o interesse de muitos arquitetos. É um projeto singular que tem um aspecto simbólico importante.”

Localizada na península Keller, no interior da baía do Almirantado, ilha Rei George, a EACF começou a operar há 31 anos para estudos do ambiente antártico por meio do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), do governo federal. A comunidade científica que a utiliza é formada por estudiosos de diversas áreas de conhecimento, dentre elas: oceanografia, meteorologia, biologia, geologia e química.

Segundo o almirante Marcos Silva Rodrigues, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm), a estação antártica é um legado para o país, não só pela produção científica, mas também por incentivar a formação de novas gerações de pesquisadores e pelo domínio do conhecimento de complexas operações logísticas, em ambiente inóspito.

“A estação representa uma significativa política de valorização da ciência pelo governo brasileiro. Por isso, temos a atividade científica como o principal pilar de sustentação do Brasil na Antártica. Com uma missão tão rica como esta, a seleção do projeto para a reconstrução não podia ser feita de outra maneira senão por concurso público, a forma mais democrática de avaliação”, afirmou o almirante.

Laboratório

As pesquisas realizadas na estação são voltadas para a compreensão dos fenômenos naturais do ambiente local e sua repercussão em âmbito global, principalmente no Brasil. Com características ímpares, o continente antártico influencia diretamente o equilíbrio climático de todo o planeta e é considerado um laboratório natural, onde é possível estudar e desvendar alguns dos segredos da atmosfera, dos mares e da vida na Terra.

O Brasil é membro consultivo do Tratado Antártico desde 1975. Em 12 de janeiro de 1982 foram assinados os decretos 86.829 e 86.830, que criaram o Proantar e resultaram no estabelecimento da Comissão Nacional para Assuntos Antárticos (Conantar). A responsabilidade pela elaboração do programa foi atribuída à Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm).

 

Texto: Juliana Leite – Ascom do MCTI

Outras Imagens
O secretário Carlos Nobre durante o evento. Foto: Davi Fernandes/Ascom do MCTI
O secretário Carlos Nobre durante o evento. Foto: Davi Fernandes/Ascom do MCTI
Esplanada dos Ministérios, Bloco E,
CEP: 70067-900, Brasília, DF Telefone: (61) 2033-7500
Copyright © 2012
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação