Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) mostraram sinais de ocupação humana em áreas antes consideradas “virgens”. Foram encontradas florestas antropogênicas e carvão mineral no interflúvio (área mais elevada situada entre dois vales) Purus-Madeira.
A pesquisa abrangeu seis módulos do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) ao longo da BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO). Foi realizada pela mestranda Carolina Levis, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPG Eco), com Priscila Figueira, Juliana Schietti, Thaise Emilio, José Luiz Pinto e Flávia Costa, e com a colaboração do pesquisador Charles Clement, da coordenação de Tecnologia e Inovação do Inpa.
“O diferencial do meu estudo foi incluir uma perspectiva histórica dentro da ecologia e, sobretudo, mostrar que o homem teve um efeito sobre a composição de árvores da floresta nesse interflúvio Purus-Madeira”, frisa Carolina.
Baseados em outros levantamentos, pesquisadores pensavam que a domesticação da Amazônia não passava das margens dos rios principais, mas com a descoberta da extensão de florestas antropogênicas ao longo do interflúvio foram encontrados castanhais, seringais e caiauezais (da palmeira caiaué), próximo aos rios, além de terra preta de índio (solo escuro e fértil, associado à ação humana) e carvão mineral, como explica Clement.
“A domesticação da paisagem é natural do homem”, diz. “Por onde passam eles modificam o local. A pesquisa tem a intenção de mostrar até onde o homem pode ir com essa modificação, já que se espera uma área mais trabalhada perto do local onde ele mora e menos modificações ao longo do caminho.”
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Texto: Raiza Lucena – Ascom do Inpa