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Empresas nacionais equiparão Cemaden com 1.500 medidores de chuva
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Secretário do MCTI e fabricantes assinam contrato, na presença do diretor do Cemaden. Foto: Augusto Coelho/Ascom do MCTI
13/12/2012 - 20:28
O Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI) vai receber 1.500 pluviômetros automáticos – instrumentos para medição da chuva em áreas de risco. Representantes das duas empresas vencedoras da licitação para a compra e a instalação dos aparelhos assinaram contrato nesta quinta-feira (13), em Brasília, com o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre. 

Atualmente, o Cemaden recebe informações de pluviômetros de centros parceiros. Segundo Nobre, ao menos 7.500 unidades devem ser adquiridas nos próximos anos. “Essa rede é um grande passo para o Brasil melhorar significativamente a sua capacidade de monitorar a chuva e elaborar alertas que vão salvar muitas vidas.”

Nobre recordou um diálogo com a presidenta Dilma Rousseff, que, no lançamento do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Desastres, em 8 de agosto, perguntou se empresas nacionais poderiam fabricar o instrumento, cuja tecnologia é considerada simples. “Nós relatamos as dificuldades para encontrar fornecedores brasileiros que pudessem oferecer instrumentos competitivos em preço e qualidade”, contou o secretário. “A presidenta achou estranho e deu quase uma ordem executiva: fomentem empresas nacionais.”

“O projeto até sofreu certo atraso pelo rigor exigido nas especificações técnicas, porque queríamos garantir produtos de qualidade, mas as empresas nacionais atenderam a esse chamado”, disse Nobre. “Nós, como gestores do MCTI, temos papel de fomentar o desenvolvimento industrial brasileiro.”

Na opinião do secretário, compras governamentais podem abrir perspectivas para o desenvolvimento da instrumentação ambiental no país. “Há um enorme espaço para se dedicar nesse mercado, com produtos muito mais tecnologicamente sofisticados que o pluviômetro”, avaliou Nobre. “Acredito, até mesmo, que as empresas possam se credenciar para competir no exterior. Como os eventos extremos climáticos se intensificam globalmente, a necessidade de monitorar o meio ambiente cada vez mais se acentua.”

Licitação

Com valor total de pouco menos de R$ 20,5 milhões, a licitação abrangeu duas finalidades. A microempresa Ativa Soluções, de Santa Rita do Sapucaí (MG), é a responsável pela fabricação dos pluviômetros. Já a empresa de pequeno porte Belnet, de Fortaleza (CE), vai instalar os instrumentos em torres de companhias de telefonia celular parceiras, próximo a áreas de risco.

“Esse projeto mostra que nós brasileiros temos competência e inteligência para competir com quem for”, afirmou o diretor de negócios da Ativa Soluções, Edson José Rennó. O primeiro lote deve ser entregue em março de 2013, mas o contrato prevê o fornecimento de amostras para testes antes, no próximo verão. “Estamos disponíveis para já começar a fomentar esse serviço de grande valia”, avisou o executivo comercial da Belnet, Ligneul Cesar.

O secretário Nobre ressaltou a importância do projeto. “O Cemaden representa uma grande inovação, um serviço que o Brasil não tinha, um sistema de informações essencial ao trabalho de prevenção de mortes, feridos e prejuízos econômicos decorrentes de desastres naturais”, disse. “Até um ano e meio atrás, o país tinha exemplos localizados, sem atingir escala nacional.”

De acordo com Nobre, as redes de pluviômetros desenvolvidas ao longo de décadas no Brasil foram planejadas para outras finalidades, como agricultura e hidrologia. “Não se pensou em municiar o sistema de alertas de desastres”, explicou. “Os instrumentos estão em lugares de atividades agrícolas ou à beira de rios, dificilmente nas regiões onde as catástrofes acontecem.”

Necessidade

Também presente no ato de assinatura, o diretor do Cemaden, Agostinho Tadashi Ogura, avaliou as limitações da rede atual. “A gente tem restrições sob o ponto de vista de quantidade e distribuição de instrumentos que nos deem dados em tempo real”, lamentou. “Radares nos dão compreensão de quando e onde vai chover, mas somente os pluviômetros automáticos nos informam efetivamente quanto está chovendo. Precisamos aumentar isso, e muito.”

Ogura destacou o caso do Japão, que tem 20 radares meteorológicos e 17 mil pluviômetros. “Os japoneses têm uma cultura de décadas de prevenção de desastres, toda uma rede observacional para tsunamis e terremotos no oceano Pacífico e, mesmo assim, deu no que deu no centro-norte do país [em março de 2011]. Não existe risco zero para desastre natural no mundo, mas é importantíssimo que os governos se estruturem para reduzir a vulnerabilidade.”

Carlos Nobre acrescentou que evitar mortes é algo que não se faz sem ciência e estrutura. “Não é uma atividade que dependa só do voluntarismo, ou de boa vontade, atos heroicos, bravura”, disse. “Se salva vida com método, conhecimento e tecnologia moderna.”

 

Texto: Rodrigo PdGuerra – Ascom do MCTI (atualizado em 14/12/2012)

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