O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCTI) integra o conselho consultivo da Reserva Biológica do Gurupi, localizada no Maranhão. A formação do conselho foi decidida na sexta-feira (30) em reunião com 16 representantes de instituições públicas e 18 da sociedade civil, dentre organizações não governamentais, sindicatos e empresas.
Outras instituições públicas integram o conselho: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/MMA), Fundação Nacional do Índio (Funai/MJ), Instituto de Colonização e Terra Maranhão (Iterma), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema/MA), Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Universidade do Estado do Maranhão (Uema), Instituto Federal do Maranhão (Ifma), Batalhão de Polícia Ambiental do Maranhão (BPA), além das prefeituras de Centro Novo, Bom Jardim (MA) e Paragominas (PA).
Os membros da sociedade civil no conselho são: Associação dos Produtores Rurais do Vale do Gurupi, ONGs Centro de Defesa da Vida e Fórum de Políticas Públicas de Buriticupu, além das empresas Queiroz Galvão, Cikel e Viena.
O conselho consultivo deverá contribuir para o cumprimento do Plano de Manejo da Rebio Gurupi. Elaborado em 1999, com a participação do Museu Goeldi, o plano possui como principal objetivo preservar a floresta amazônica no estado. O representante do MPEG no colegiado é a pesquisadora de zoologia Marlucia Martins, coordenadora da Rede PPBio Amazônia Oriental e do subprojeto Perda da Biodiversidade no Centro de Endemismo Belém.
Sobre a reserva
Criada em 1988, a Rebio Gurupi é a única unidade de proteção integral do Maranhão. Ocupa uma área de 271.197 hectares, abrangendo três municípios: Bom Jardim, São João do Carú e Centro Novo do Maranhão. Ela está situada na região do Arco do Desmatamento e é estratégica para a conservação, pois, somada às três terras indígenas vizinhas – Alto Turiaçu, Awa e Caru – constitui a última fronteira de área contínua amazônica do Maranhão.
A Rebio é local de estudo do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) Amazônia Oriental e do INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia. Pesquisas na área já identificaram 109 espécies de peixes, 124 espécies de mamíferos – pertencentes a 34 famílias de nove ordens – e 503 espécies de aves. Porém, fatores como a morosidade nos processos de desapropriação das terras, abertura de estradas e comercialização e escoamento ilegal de madeira tornaram a reserva uma área vulnerável. Hoje sua cobertura florestal está reduzida a 65% do original.
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Texto: Luena Barros – Agência Museu Goeldi