A preocupação com inclusão social para o desenvolvimento sustentável e as florestas tropicais diante das mudanças climáticas foram dois dos temas tratados no 3° Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência. O encontro foi realizado de quarta (28) a sexta-feira, no do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em Manaus.
Uma das mensagens transmitidas na última mesa-redonda, na sexta, foi que as regiões tropicais precisam se alinhar às tendências do mundo na temática da sustentabilidade, visando à diminuição da pobreza, e que um dos direcionamentos possíveis é o uso de forma sustentável de recursos naturais e humanos.
O debate foi composto por representantes do Inpa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária no Pará (Embrapa-PA) e da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal).
A professora Terezinha Fraxe, da Ufam, questionou, de início, as definições de ciência válidas, afirmando que o conhecimento do ribeirinho sobre a natureza amazônica é tão válido quanto o conhecimento desenvolvido nos laboratórios. “É necessário rever que ciência está se fazendo”, afirmou.
O diretor do Inpa, Adalberto Val, ressaltou a importância de desenvolver a economia verde em todos os setores da sociedade, destacando as ações de educação, ciência, tecnologia e inovação e da cultura como elementos essenciais para efetivação dessa economia. Leia mais.
Florestas
Na mesa do dia anterior, o consenso entre os pesquisadores apontou que reduzir as emissões de gases do efeito estufa e proteger as florestas são as principais ações humanas voltadas a lidar com as causas do aquecimento do planeta. “Não podemos esperar a floresta amazônica ser degradada como foi a Mata Atlântica e outras florestas para poder agir. O investimento para recuperar essas áreas será bem maior. Quando se fala de efeito estufa, o tempo tem muito valor”, destacou o doutor em ciências biológicas e pesquisador do Inpa Philip Fearnside.
A necessidade de mais investimentos em pesquisas e de uma melhor distribuição geográfica desses estudos, inclusive na Amazônia, foi destacada como desafio para o sucesso nas intervenções de mitigação e o papel da ciência nesse processo. “Temos muita coisa feita e muita coisa por fazer, mas precisam de investimentos, de mais gente fazendo e de melhor distribuição espacial desses estudos. É importante que isso seja levado ao Fórum Mundial de Ciência”, afirmou o engenheiro florestal e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Madeiras da Amazônia, Niro Higuchi.
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Texto: Anália Barbosa e Carlos Fábio Guimarães – Ciência em Pauta