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Recursos naturais e uso pelas populações são tema de debate
30/11/2012 - 16:23
“Ciência para o uso de recursos naturais tropicais”, tema de mesa-redonda do 3º Encontro Preparatório do Fórum Mundial de Ciência, motivou debate entre seus participantes, os pesquisadores Charles Clement e William Magnussum, do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônia (Inpa/MCTI), e o geólogo Roberto Dall’Agnoll, do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITVDS-Vale). A atividade foi realizada em Manaus, na quarta-feira (29).

Dall’Agnoll destacou o crescimento dos investimentos feitos nos recursos naturais da Amazônia e como isso tem mudado o cenário da economia nacional. “Produtos naturais do passado tinham preços totalmente arbitrários e produtos industriais eram altamente valorizados”, disse. “Hoje em dia está acontecendo o contrário. Devido à extrema competição dos produtos industriais, como o computador, o preço diminui, e o produto natural, ao contrário, está sendo cada vez mais valorizado. Então hoje, existe espaço para uma economia baseada em produtos naturais e essa é uma grande oportunidade para o Brasil.”

Para William Magnussum, coordenador do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) para a Amazônia Ocidental, não basta ter como objetivo estudar e aproveitar os recursos naturais. É necessário investimento na educação. “Quando vejo que tem tantas pessoas descobrindo potenciais produtos diariamente fico assustado”, relatou. “Nós temos todos esses produtos potenciais, mas não chegamos a nada. Nosso grande gargalo não é descobrir coisas novas – claro que isso é parte do processo, mas nosso grande problema é que nós não temos uma produção que chegue no produto final. E nós não treinamos nossos cientistas para trabalharem em equipe e para que o produto que ele tem entre nessa cadeia e no final a sociedade veja o resultado.”

Charles Clement, por sua vez, buscou estimular o público a refletir sobre o tema proposto ao debate. “Estamos aqui repetindo isto. Lembrei instantaneamente de Armando Mendes, que foi um grande pensador paraense que estava em Manaus em 2004 para uma reunião da Academia Brasileira de Ciências, chamada ‘Amazônia: um desafio científico e tecnológico’. Em sua primeira fala, Armando afirmou que há 40 anos participava de reuniões como esta e as conclusões são sempre as mesmas”, destacou.

Sustentabilidade

Clement questionou também a falta da palavra “sustentável”. Para ele, “alguma coisa está sendo perdida quando não se está falando em sustentabilidade”.
“Para o uso de recursos naturais, cientistas e tecnologistas sabem o que fazer. O William Magnussum mencionou várias ideias sobre produtos e técnicas. Roberto Dall’Agnoll falou da exploração de minério e outros produtos. Então por que estamos falando disso de novo? Se vamos pensar sobre sustentabilidade podemos começar a pensar em muitas outras perguntas”, disse.

O debatedor acrescentou que a ansiedade faz a sociedade e os políticos não escutarem os cientistas, uma vez que eles são “muito bons em levantar hipóteses, mas não podem responder” de forma imediata.

Na opinião do diretor do Inpa, Adalberto Val, a reunião preparatória na capital amazonense é necessária e oportuna para que se possa incluir no debate problemas e desafios demandados pelas sociedades de países em desenvolvimento. “Esse fórum é extremamente importante para que possamos definir uma agenda de ciência para o mundo moderno. Estamos numa fase de transição para um novo paradigma mundial, que envolve questões sociais, políticas, saúde, comunicação e fundamentalmente questões ambientais”, afirmou.

A mesa teve a mediação de Claudio Ruy Fonseca e como relator Geraldo Mendes, ambos do instituto. Saiba mais sobre o encontro em Manaus e o Fórum Mundial de Ciência.

 

Texto: Clarissa Bacellar – Ascom do Inpa

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