A Finep – Agência Brasileira da Inovação, vinculada ao MCTI, e a BM&FBovespa promoveram na terça-feira (27) o 7º Fórum Abertura de Capital, em São Paulo. Durante o evento, três empresas de capital fechado apresentaram seus negócios para um público formado por investidores institucionais, bancos, corretoras e gestores de capital de risco – a Precon Engenharia, o Grupo Empreza e a Parit Participações. O objetivo é aproximar essas companhias do mercado e prepará-las para uma futura abertura de capital.
Nos seis fóruns realizados anteriormente, 25 empresas se apresentaram e, dessas, 11 obtiveram aporte de recursos, somando mais de R$ 2,6 bilhões captados por meio da entrada de investidores ou via abertura de capital. Segundo o diretor executivo de Produtos e Clientes da Bovespa, Marcelo Maziero, seis dessas 11 empresas abriram capital, três receberam investimentos de private equity e duas foram objeto de fusão e aquisição.
Nesta edição, inscreveram-se para assistir às apresentações 86 representantes de 25 fundos, 20 bancos de investimento e 11 corretoras, de quatro empresas fechadas e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES/MDIC).
O diretor de Inovação da Finep, João De Negri, participou da cerimônia de abertura simbólica do pregão. Na ocasião, foram entregues troféus às três empresas, em reconhecimento ao seu engajamento e participação. De Negri anunciou a reformulação da área de Investimentos da Finep, para que sua atuação seja ampliada. "Estamos olhando o futuro, gerenciando nossos riscos e apostando num país diferente", disse.
Ele calcula que haja no Brasil hoje cerca de 1.200 empresas com potencial para receber aportes significativos e, assim, promover saltos tecnológicos. "A economia brasileira está substancialmente diferente e novas oportunidades e dinâmicas estão se apresentando. Temos que nos preparar para elas", avaliou De Negri.
Catalisador
Maziero destacou que os fóruns servem também para alavancar novos processos posteriormente. "Este é um evento catalisador para outros movimentos", disse. Ele citou como ponto forte da parceria com a Finep o fato da financiadora, por seu rigor técnico, servir como um selo de qualidade no quesito inovação, enquanto a Bovespa proporcionaria um selo de qualidade quanto a gestão. "Há muitas empresas inovadoras que não têm um nível de gestão à altura de sua capacidade tecnológica, então esse é um binômio muito interessante", afirmou.
O CEO da Precon, Marcelo Miranda, ressaltou a oportunidade de formação de conhecimento oferecida pelo processo preparatório para o evento. "Saber traduzir a língua da empresa para a língua do mercado financeiro foi um grande aprendizado", disse. Já a CEO do Grupo Empreza, Helena Ribeiro, disse que mudou seu olhar: "Com o fórum passei a enxergar esse mercado de uma forma mais próxima, graças à oportunidade de ter esse contato direto com os investidores". Ela comemorou as propostas que recebeu para outras apresentações e até para já fechar negócios.
O presidente do conselho de administração da Parit, Ricardo Felizzola, contou que tem experiência na busca de recursos para crescer e já tem relações com órgãos governamentais como a Finep, mas agora precisa agilizar seus processos. Segundo ele, o Brasil sofre com um grande problema, porque o capital para inovação vem principalmente do governo, mas por vezes não tem velocidade suficiente para acompanhar um mercado tão frenético como o da tecnologia. "Com esse capital mais lento já fizemos os investimentos em infraestrutura mais demorados, agora precisamos do capital rápido, e o capital privado é mais ágil", observou.
A aquisição de uma nova empresa para o grupo e a compra de maquinários de ponta são dois exemplos de investimentos que demandariam essa agilidade no acesso aos recursos que ele pretende obter com as parcerias vindas do fórum.
Leia mais.
Texto: Ascom da Finep