Estudos buscam descobrir origem do universo. Foto: Site Before It
Trabalho desenvolvido por 56 pesquisadores do mundo inteiro – dos quais, 15 brasileiros – o artigo “Albedo and atmospheric constraints of dwarf planet Makemake from a stellar occultation” (“Albedo e restrições atmosféricas do planeta anão Makemake a partir de uma ocultação estelar”) foi publicado na semana passada pela revista americana Nature.
Um dos focos do estudo – que teve a coordenação conjunta do Observatório Nacional, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (ON/MCTI), do Observatório de Paris e do Instituto de Astrofísica de Andalucía, na Espanha – são as chamadas “ocultações estelares”, que ocorrem quando a luz de uma estrela é bloqueada por um corpo antes de chegar a um observador.
“O conhecimento desses dados é importante para determinar como o nosso sistema solar se formou e como evoluiu da sua fase inicial para chegar à sua configuração atual”, explicou o pesquisador titular do ON, Roberto Vieira Martins, ao acrescentar que “a participação brasileira representa um indicador significativo da inserção internacional e amadurecimento de nossa astronomia”.
Martins destacou que a ocultação estelar – período de tempo entre o desaparecimento e reaparecimento da luz – permite calcular o tamanho do objeto observado e se este possui atmosfera. Segundo ele, “o principal motivo para observar ocultações estelares é a possibilidade de examinar anéis, atmosferas e tamanhos de objetos do sistema solar externo, ou seja, aquele que fica depois de Marte”. O pesquisador acrescentou que esse “método viabiliza resultados melhores do que qualquer outro a partir da Terra”.
Para melhor entendimento de termos astronômicos, a palavra Makemake é um dos objetos transnetunianos (rochas geladas presentes além da órbita de Netuno) ou TNOs, cuja descoberta levou à criação da categoria planeta anão, em 2006, com a inclusão de Plutão entre estes. Já a expressão albedo corresponde à razão entre a quantidade de luz difundida pela atmosfera e a refletida na superfície de um corpo celeste.
Acesse o artigo (somente na versão em inglês).
Texto: Ascom do ON - Ascom do MCTI