O projeto Quilombolas em Cena usa recursos audiovisuais para registrar as tradições culturais das comunidades formadas na Amazônia por remanescentes de quilombos. Foi idealizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) que integram o projeto Tartarugas da Amazônia: Conservando Para o Futuro.
O trabalho visa registrar as lendas, práticas culturais, religiosas e econômicas de comunidades do Alto Rio Trombetas, em Oriximiná (PA). A iniciativa foi financiada pelo Banco da Amazônia (Basa), por meio de aprovação em edital de patrocínio, e pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental. O desenvolvimento das atividades cinematográficas nas comunidades foi coordenado pela equipe de educação ambiental do projeto.
Em setembro e outubro foram desenvolvidas duas oficinas com os comunitários. As oficinas foram oferecidas aos comunitários em bases da Reserva Biológica do Rio Trombetas (Rebio Trombetas), dirigida pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio/MMA). Tais etapas formaram o período de pré-produção dos curtas.
Inicialmente a proposta era ir até o local com roteiros preconcebidos. Porém, durante o desenvolvimento das atividades, sentiu-se a necessidade de deixar os próprios quilombolas dizerem quais características de sua cultura gostariam de destacar nos filmes.
Olhar
As comunidades quilombolas do Alto Trombetas estão em um local onde o acesso à tecnologia – seja na forma de computadores, filmadoras, máquinas fotográficas e mesmo televisão – ainda é raro, o que representou uma das maiores dificuldades enfrentadas durante o processo. Entretanto, a equipe buscou ensinar noções básicas para não interferir no olhar dos quilombolas sobre sua cultura, interferindo o mínimo possível no resultado final dos filmes.
A área de execução do projeto foi selecionada devido ao trabalho de conservação de quelônios desenvolvido na Rebio, um trabalho em parceria com o ICMBio, o Inpa e a Mineradora Rio do Norte (MRN).
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Texto: Ascom Tartarugas da Amazônia