A troca de experiências do Brasil e da Europa no campo da engenharia biomédica. Esse foi um dos destaques do encontro da rede europeia Irebid (International Research Exchange for Biomedical Devices Design and Prototyping). O evento reuniu, nesta quinta-feira (22), universidades e institutos de pesquisas europeus e norte-americanos no campus do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI/MCTI), em Campinas (SP).
Também participa do encontro, que continua nesta sexta-feira (23), a rede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biofabricação (INCT Biofabris), que tem o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Na terça (27) e na quarta-feira (28), no mesmo local, acontecerá um segundo workshop, que contará com palestras de pesquisadores seniores, empresa e especialistas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa/MS).
Na abertura do evento, houve consenso entre os professores da Universidade de Girona, da Catalunha, Espanha, Joaquim de Ciurana e Maria Luisa Garcia-Romeu, e os pesquisadores Izaque Maia e Jorge Vicente Lopes Silva, do CTI, sobre a importância do intercâmbio de conhecimento entre as redes para fortalecer a cooperação em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) na área de engenharia biomédica. Isso ocorreria, segundo eles, por meio da proposição de mais projetos de cooperação Brasil-Europa.
Segundo Jorge Silva, o fórum representa “a oportunidade de discutir com amplitude o tema entre especialistas, mostrando o país ao exterior”. Ele acrescenta que um dos focos da iniciativa é promover ações com universidades e com o Ministério da Saúde (MS), além de incentivar novas áreas de pesquisas para estudantes e profissionais.
Software
Um dos destaques do evento foi a apresentação do software Invesalius, que permite obter imagens tridimensionais completas do paciente, retiradas de tomografias e ressonâncias magnéticas. “Trata-se de um software público brasileiro, inteiramente desenvolvido pelo CTI para tratamento, visualização e geração de modelos tridimensionais de estruturas anatômicas para simulação computacional e impressão 3D”, explicou o pesquisador.
Silva acrescentou que esse programa é utilizado atualmente por 7 mil pessoas de 80 países, com tradução para dez idiomas. “É extremamente adequado para que profissionais e estudantes possam ter um software preciso e rodando eficientemente no seu computador pessoal”, completou.
Atualmente, o CTI mantém cooperação com mais de uma centena de hospitais brasileiros, utilizando tecnologias tridimensionais, como imagens médicas e impressão tridimensional para planejamento e aplicação em cirurgias complexas, em especial as craniofaciais. “Temos também cooperação com dezenas de universidades, em que são apoiados trabalhos de mestrado e doutorado nas áreas de impressão tridimensional, simulação computacional, imagens médicas e outras. O Ministério da Saúde é um apoiador destes trabalhos financiando projetos do CTI na área da saúde e suas aplicações no Sistema Único de Saúde [SUS]”, contou.
Além dessas iniciativas, o centro coopera com 12 instituições brasileiras presentes no INCT Biofabris, assim como com a rede Irebid, dentro do Framework 7 europeu – programa-quadro composto por Espanha, Itália, Portugal, Estados Unidos, México e Brasil.
A rede europeia Irebid visa promover o intercâmbio de pesquisadores para criar e reforçar sinergias entre campos de pesquisa aplicada de engenharia e medicina com o propósito de desenvolver soluções para o setor de saúde.
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Texto: Luciano Valente – Ascom do CTI Renato Archer