A Universidade Federal Fluminense (UFF) realiza desta quarta (7) até sexta-feira (9), no Rio de Janeiro, o Encontro Nacional de Popularização da Ciência e Tecnologia. O evento visa promover o intercâmbio entre diversos setores da sociedade, permitindo uma ampla discussão de assuntos relacionados com a trajetória da difusão científica, o estado atual e as perspectivas da popularização da ciência e tecnologia (C&T) no Brasil.
Uma das iniciativas que serão apresentadas é o Museu Itinerante de Neurociências (MIN), que leva o seu acervo às escolas do Ensino Fundamental e Médio para divulgar o conhecimento desenvolvido no meio acadêmico-científico do Departamento de Neurobiologia da UFF e do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para a professora Lucianne Fragel Madeira, organizadora do encontro, o principal objetivo da popularização da C&T é garantir que os conhecimentos obtidos no ambiente acadêmico possam ser transmitidos para públicos não especializados. “É uma contribuição social, que torna possível disponibilizar informações e tecnologias para ajudar a melhorar a vida das pessoas, além de ser uma forma de prestar contas de como o dinheiro público está sendo empregado”, diz.
No primeiro dia do evento, serão seis conferências divididas em duas temáticas: importância da popularização da ciência e tecnologia; e história da divulgação científica no Brasil. A professora Mônica Savedra, assessora da diretoria científica da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), apresentará as principais ações da fundação destinadas ao fomento na área de divulgação no estado. Já a professora Luisa Massarani, coordenadora do Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresentará o site Brasiliana, que aborda os aspectos históricos e contemporâneos da divulgação científica no Brasil.
“É importante destacar que a história da divulgação científica no nosso país tem pelo menos dois séculos de existência. Assim que a imprensa foi permitida aqui, já identificamos iniciativas muito importantes e, desde então, diversos indivíduos vêm se engajando na área, por meio de distintas estratégias, como rádios, jornais, revistas, conferências populares, museus etc.”, diz Luisa, que assumiu, em agosto de 2012, a coordenação da recém-criada área de avaliação de projetos de divulgação científica da Faperj.
Programação
As apresentações de trabalhos na forma de painel (pôsteres) ocuparão as atividades dos outros dois dias de evento, junto com as quatro mesas-redondas, que discutirão os temas “Desafios dos museus de ciências no estado do Rio de Janeiro”; “Desafios dos museus de ciências no Brasil”; “A importância da itinerância para a popularização da ciência e tecnologia”; e “Novas perspectivas para a popularização da ciência e tecnologia”.
A organizadora Fragel Madeira avalia que, no mundo dinâmico e interativo, as novas gerações, principalmente, afastam-se da forma clássica de apresentação dos museus. “O conceito de museu itinerante tem ganhado força”, comenta. “Alguns desses exemplos são o Ciência Móvel, da Fiocruz; o Espaço Ciência Interativa, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro [IFRJ]; o Ciência Sobre Rodas, da UFRJ; e o Museu Itinerante de Neurociências, da UFF e da UFRJ. Todas estas iniciativas serão apresentadas na terceira mesa-redonda.”
Para Lucianne, o que falta não é interesse em aprender, mas formas atrativas de ensinar. “É preciso criar formas lúdicas de passar o conhecimento científico, principalmente, para o público infanto-juvenil. Nesse sentido, é fundamental utilizar as transmídias, que consistem na transmissão de informação por meio das múltiplas plataformas de comunicação, como e-books, celulares, TV digital, telas touchscreen“, diz a professora.
Ela cita, como bom exemplo, o Museu de Ciências Itinerante e Inclusivo, contemplado no Programa de Apoio a Projetos de Extensão e Pesquisa (Extpesq), da Faperj. A proposta, que prevê visitas mensais, planejadas, a escolas do estado do Rio de Janeiro, trabalha os conceitos de educação inclusiva no ambiente escolar com atividades lúdico-experimentais estimulantes. Um dos jogos é o dominó com textura, em que as crianças sem deficiência são vendadas e jogam somente com a percepção sensorial, com o objetivo de entender como os coleguinhas cegos, ou parcialmente cegos, precisaram se adaptar à deficiência visual.
O encontro, na Escola de Engenharia da UFF, reunirá representantes de diversas instituições. O coordenador de Educação em Ciências do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast/MCTI), Douglas Falcão, será um dos participantes.
Acesse o site do evento.
Texto: Ascom da Faperj (atualizado em 06/11/2012)