O reconhecimento ao talento e esforço pessoal de jovens pesquisadores é uma iniciativa fundamental na busca de maior integração entre os países da América Latina, em que o Brasil se destaca como liderança natural com a responsabilidade de impulsionar o desenvolvimento tecnológico da região. A afirmação foi feita pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Setec/MCTI), Alvaro Prata, durante a entrega, nesta quinta-feira (25), do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia aos vencedores da edição 2012, sobre o tema “Inovação Tecnológica na Saúde”,  no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

“O Brasil tem um grande desafio pela frente, o de conseguir ampliar o valor agregado de suas exportações e reduzir gradualmente a participação das commodities na pauta exportadora. Para isso, precisamos agregar tecnologia aos produtos brasileiros. O país tem uma indústria extremamente forte, que está presente no mundo inteiro. À medida que agregamos mais tecnologia, mais inovação, nosso setor industrial se tornará mais competitivo. E queremos fazer isso de uma maneira muito ampliada, em todos os setores, com destaque para  educação, ciência, tecnologia e inovação, saúde e agronegócio, principalmente”, assinalou Prata.

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) - agência do MCTI - Glaucius Oliva, lembrou que ciência e tecnologia resultam de “um ingrediente básico que se chama criatividade, empreendedorismo, vontade de vencer um desafio. Para isso, você tem que ser criativo”, afirmou, ao destacar a necessidade de investimento crescente em conhecimento.

Internacionalização

Sobre o processo de internacionalização da ciência e tecnologia no país, Oliva citou o programa Ciência sem Fronteiras (CsF), que incentiva 100 mil pessoas a “desenvolverem habilidades, conhecimentos e uma prática focada na inovação nas melhores universidades do mundo”.

Participaram da premiação, além do secretário do MCTI e do presidente do CNPq, participaram da premiação: o oficial de Ciência e Tecnologia da Unesco, Ary Mergulhão Filho; o diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Erik Camarano e o presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) - organização Social supervisionada pelo MCTI - Mariano Laplane.

Com patrocínio do MCTI e realizado pela Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do Mercosul (RECyT), o prêmio selecionou oito trabalhos, de um total de 155 recebidos.

Na categoria iniciação científica, David Richer Araujo Coelho, do Colégio Municipal Francisco Porto de Aguiar, de Arraial do Cabo (RJ), recebeu menção honrosa pelo trabalho “MosquiFAIL: modo prático e de baixo custo para extermínio do Aedes aegypti”, mosquito transmissor da dengue. Também premiada nessa categoria, a estudante peruana Kathya Mimbela Barrera – do Colégio San Roque, em Lima, Peru – apresentou trabalho “Desplazamiento simple y bioadsorció de plomo II en las águas mediante cáscara de huevo y pepa de aceituna”. Em ambos os casos, o prêmio concedido foi de R$ 2 mil.

Na modalidade estudante universitário, Angelo Caron, da Universidade de São Paulo (USP), ganhou menção honrosa com o trabalho “A biologia sintética para a produção de um biofármaco para hemofilia A”. Nessa mesma categoria, Ivan Lavander Candido Ferreira recebeu o prêmio pelo trabalho “Acilpoliaminas do veneno da aranha brasileira nephilengys curentata: antigos neuromoduladores como nova alternativa no desenvolvimento de fármacos antimicrobianos”. Nesse caso, cada premiado recebeu R$ 3,5 mil.

Jovem pesquisador

Para jovem pesquisador, a doutoranda em ciências argentina Vanina Usach, pela Universidade Buenos Aires, recebeu menção honrosa por seu trabalho “Participación de célular pluripotentes de medula óssea en el processo de degeneración-regeneración nerviosa”. Como Vanina não pôde estar presente, sua imagem foi exibida em um telão, durante o evento. Na mesma modalidade, o doutorando em bioquímica e Imunologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rafael Polidoro Alves Barbosa recebeu o Prêmio Mercosul pelo trabalho “Vacinação com vírus influenza e adenovírus recombinantes é capaz de promover potente resposta imunológica e proteção contra a doença de Chagas”. Os premiados receberam, cada, R$ 5 mil.

Na categoria integração, a última da noite, a mestre em engenharia de produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Maria Bernardete Rodrigues Martins, recebeu menção honrosa em nome da equipe formada pelos brasileiros Gilda Assis, Roseli de Deus Lopes, Silva Lemos Fagundes e Alexandre Leuckert Klein, e pelo boliviano Eloy Vicente de la Barra Velasquez – pelo trabalho “Sistema de realidade aumentada para uso de reabilitação motora de membro superior de indivíduos acometidos por acidente vascular cerebral encefálico”.

O professor da Universidade Nacional de Rosário,  Argentina, Claudio Salomon, representando os pesquisadores argentinos Dario Leonardi e María Lamas e os brasileiros Marcílio Soares da Cunha Filho e Lívia Lira de Sá Barreto, ficou com o Prêmio Mercosul pelo trabalho “Mal de Chagas, una enfermedad presente pero olvidada. Estudios in-vitro/in-vivo de nuevas formulaciones sólidas y líquidas de benznidazol”. Cada equipe fez jus ao prêmio de R$ 10 mil.

Sobre a RECyT

Iniciativa da Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do Mercosul (RECyT), o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia tem o apoio do Centro de Estudos Estratégicos (CGEE) e das organizações de ciência e tecnologia dos países do Mercosul, além de ser realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Conselho Naional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Movimento Brasil Competitivo (MBC). 

Para mais informações sobre o prêmio, acesse o site da Unesco.

Texto: Marcello Sigwalt - Ascom do MCTI