Para quem mora a 18 horas de barco da capital do estado e a seis horas da cidade mais próxima, uma feira de ciências é muito mais do que um evento com a mesma natureza em qualquer área urbana. Moradores da Floresta Nacional (Flona) de Caxiuanã, no Pará, 618 alunos das escolas da unidade de conservação e do seu entorno e 35 professores estarão reunidos até quarta-feira (24) na 1ª Feira de Ciências da Floresta Nacional de Caxiuanã, que começou hoje (22).
Os participantes vão mostrar o que fazem para entender a ciência a partir do seu cotidiano e de suas necessidades. O convívio baseado no conhecimento “promove a interação entre professores, alunos e comunidades em geral, num exercício de aprendizado e de estímulo a produção de trabalhos de caráter científico”, diz a educadora Socorro Andrade.
Além de incentivar a realização desses trabalhos no contexto escolar da região, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCTI) busca talentos e insere as escolas da Flona na programação oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), explica a chefe da Estação Científica Ferreira Penna, Graça Ferraz.
Faz dez anos que a estação realiza trabalho educativo sistemático como forma de interação com as comunidades do entorno da Flona Caxiuanã, situada nos municípios de Portel e Melgaço. Nos últimos anos, o Programa Floresta Modelo orienta iniciativas da comunidade.
Jogos e aprendizado
Os temas a serem apresentados durante a feira sugerem a diversidade e a preocupação com a sustentabilidade do ambiente de populações tradicionais no interior da Amazônia. Ribeirinhos, os 413 habitantes da Flona, segundo dados de 2011, dividem-se entre 26% de adultos, 28% de jovens e 46 % de crianças.
A Estação Científica Ferreira Penna é uma base de pesquisa científica do Museu Goeldi. Nela, o MPEG desenvolve pesquisas sobre a biodiversidade da Amazônia, bem como educação em ciências e ambiental.
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Texto: Jimena Felipe Beltrão – Agência Museu Goeldi