Representante do Universities UK no Brasil, Jaqueline Wilkins. Foto: Augusto Coelho/Ascom do MCTI
“A grande mensagem é: há mais vagas que candidatos qualificados até o momento.” Assim a oportunidade de intercâmbio no Reino Unido pelo programa Ciência sem Fronteiras (CsF) é resumida pela representante do Universities UK no Brasil, Jaqueline Wilkins. Boa parte da sua palestra na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em Brasília, foi dedicada a mostrar os caminhos para os interessados superarem a barreira do idioma, apontada como maior motivo dessa diferença até o momento. Mais de 60 pessoas, a maioria aparentando estar na faixa até 20 anos, passaram pela atividade. A sessão faz parte da
UK Universities, evento da temporada
UK Brasil, que foi iniciada em setembro e prevê mais de 80 atividades até março de 2013.
Segundo Jaqueline, também consultora em Educação da Embaixada Britânica em Brasília, há 600 estudantes de graduação praticamente encaminhados para as duas mil vagas com embarque em janeiro. “São aqueles já selecionados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com base no histórico escolar, na área prioritária e na proficiência em inglês, entre outros critérios.” As duas agências são as responsáveis pela execução do programa do governo federal.
“A exigência geral não é de inglês fluente, mas sim de um nível que permita apreender o conteúdo, fazer perguntas, produzir textos”, frisa. “É preciso ter nota 5,5 no exame Ielts ou o correspondente no Toefl, ou seja, um usuário entre modesto e competente.” Ela lembra que algumas instituições exigem desempenho superior a esse e que a desenvoltura linguística melhora o aproveitamento do curso.
Imersão
Os acordos bilaterais que envolvem o CsF criaram facilidades para quem precisa de reforço nessa frente, como estudar o idioma simultaneamente ao semestre letivo ou (a partir de junho de 2013) dois a três meses antes, já no país de destino. “Num contexto de imersão, isso pode equivaler a dois ou três anos numa escola daqui”, compara a palestrante. Ela recomenda a quem vai se candidatar que teste seu inglês – vários sites possibilitam isso – e busque aprimorá-lo com alguma antecedência, se necessário.
Segundo a representante britânica, a obtenção de visto na condição de bolsista é muito simples. Ela lembra, porém, que essa despesa não é coberta pelo programa. “Está em 230 libras, cerca de 800 reais hoje”, calcula. Jaqueline Wilkins observa, ainda, que as instituições de ensino brasileiras estão se sensibilizando no sentido de oferecer alguma flexibilidade aos graduandos no regresso. Eles ficam no exterior até setembro e o semestre letivo aqui começa em agosto.
Cooperação fortalecida
“De forma geral, a relação Brasil-Reino Unido está em situação muito favorável no momento”, comenta o embaixador britânico no Brasil, Alan Charlton, que também falou com o público na SNCT sobre o intercâmbio. Ele destaca as visitas feitas pela presidenta Dilma Rousseff e pelo primeiro-ministro David Cameron, a troca de experiências no que diz respeito aos grandes eventos esportivos e a cooperação em ciência, tecnologia e inovação. “Vejo esse como o setor mais importante para o crescimento da relação entre nós no futuro”, diz, acrescentando que o Reino Unido tem mais parcerias com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que qualquer país.
“Temos algumas das melhores universidades do mundo, e a ideia do governo brasileiro com o Ciência sem Fronteiras foi proporcionar o estudo em instituições como essas?, ressalta. ?Mas o ganho vai além: é uma vivência internacional incrível. Temos muitos estudantes chineses, indianos, americanos, há a oportunidade de visitar muitos museus e teatros e, claro, o domínio do inglês é uma ferramenta essencial em qualquer setor.” Nesse quesito, ele avalia que os egressos de outras regiões, a exemplo dos asiáticos, estão mais preparados.
Charlton diz que a visibilidade do CsF impulsionou outras colaborações entre instituições e empresas britânicas e brasileiras, e que uma iniciativa para capacitar professores está em negociação com o governo brasileiro.
Interessados
A graduanda em Medicina, Carolina Coelho Rodrigues, da Universidade de Brasília (UnB), conta que está com seu Ielts marcado e quer se inscrever no CsF em novembro, na expectativa de começar o intercâmbio em setembro. “Tanto pela experiência de morar na Europa sozinha como pela experiência acadêmica, de fazer matérias relacionadas ao meu curso em ótimas universidades”, comenta a aluna de 18 anos, que cursa o segundo semestre. “Eu tentaria mesmo se tivesse que pagar. Acho que vai dar certo!”
A perspectiva também atrai o estudante do quarto semestre de Engenharia de Software, Alan Pereira, 19 anos, do campus da UnB no Gama (DF). “Minha primeira opção, até aqui, são os Estados Unidos, por causa do Vale do Silício e do MIT [Massachusetts Institute of Technology], mas a Inglaterra também é um forte polo produtor de software”, diz o aluno. “Tenho assistido só a filmes sem legenda, ou então legenda em inglês, e ouvido principalmente bandas americanas e inglesas.”
Quem quiser mais informações pode acessar os sites do Ciência sem Fronteiras e Science Without Borders UK.
Texto: Pedro Biondi - Ascom do MCTI
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