Tamanduá Labareda. Foto: Augusto Coelho/Ascom do MCTI
“É quase tão quente quanto estar ali em campo, no combate ao fogo”, comenta o tamanduá Labareda, ou melhor, o homem que sai de dentro dele. Educação ambiental é a finalidade da fantasia abafada que transforma o brigadista Edson de Oliveira Neto um bicho de pelúcia gigante, que chama atenção da criançada por onde passa, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em Brasília. Integrante do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo), ele ajuda a conscientizar os visitantes sobre os problemas causados pelas queimadas.
As ações preventivas e de controle podem ser conhecidas no estande do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ao qual o centro está ligado.
Edson de Oliveira Neto diz considerar o trabalho com as crianças tão importante quanto aquele em que a equipe, sediada em Brasília, é enviada aos estados – eventualmente a países vizinhos – para tentar aplacar focos de fogo, muitas vezes provocados intencionalmente, que podem arrasar unidades de conservação.
“O tamanduá-bandeira foi escolhido nosso mascote porque sofre muito com esse problema”, conta. “Ele não corre e, com o rabo comprido que tem, sai espalhando mais fogo, sem querer.” O focinhudo Labareda protagoniza também um jogo de tabuleiro, em que os participantes tiram a sorte nos dados e avançam rumo à reta final ou precisam recuar, conforme caem em casas que citam práticas ecologicamente corretas ou nocivas.
Há também no local, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade (ExpoBrasília), livretos, revistas e fôlderes para público adulto e infantil, alguns deles voltados a escolas.
Oficina
Duas integrantes do PrevFogo desenvolvem, desde 2009, oficinas para sensibilizar a população sobre os problemas causados pelo desmatamento e pelas queimadas. A atividade usa recursos interativos e já foi desenvolvida em 36 municípios de 18 estados – e, segundo as idealizadoras, as sessões normalmente recebem interessados de várias cidades vizinhas. O público-alvo são produtores agrícolas, professores de áreas rurais e equipes de brigadas locais, mas a dupla também atende pedidos de escolas.
“Procuramos mostrar os efeitos causados na fauna, na flora, nos recursos hídricos, no solo, no ar e na saúde das pessoas”, conta a analista ambiental Gleice Maria de Assunção. “O objetivo é fazer um link com as mudanças climáticas globais e todas as alterações e vulnerabilidades para as quais a gente está caminhando.”
Matrizes visuais representam ambientes naturais e humanos e tarjetas são usadas para a participação dos presentes – cabe a eles apontar causas e consequências dos problemas ambientais e sugerir métodos que os evitem. “Sempre que possível incluímos a participação de uma instituição de finalidade extensionista, para mostrar alternativas às técnicas predatórias”, diz Gleice. “As pessoas querem soluções.”
Entre os parceiros costumeiros estão a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/Mapa) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do estado.
“Sistemas agroflorestais costumam ser uma das nossas sugestões, pela característica de respeitar a natureza existente”, diz a analista Adiraci Oliveira de Almeida. “Você usa palhadas, galhos e matéria orgânica em geral para preparar o solo, em vez de queimá-la, o que liberaria gás carbônico – o principal vilão do aquecimento global – com risco, ainda, de alastrar o fogo”, complementa a colega Gleice. Policultura, o plantio simultâneo de diversas espécies, é outra prática que elas sugerem.
Texto: Pedro Biondi – Ascom do MCTI
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