Barco Solar. Foto: Augusto Coelho/Ascom do MCTI
“Com o modelo que conhecemos aqui podemos produzir outras coisas. Se fizermos uma réplica da invenção que nos demonstraram e colocarmos um computador para gerar movimentos, eles poderiam ser conduzidos por programação específica. É possível produzir até robôs, diz Davi Gomes Milanês, de apenas 11 anos, que já faz planos sobre sua carreira profissional. “Quero ser um cientista na área da medicina”, afirma o jovem visitante da 9º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília.
A invenção de Davi surgiu durante a visita ao barco solar em tamanho real, exposto no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade (ExpoBrasília), onde está sendo realizada a semana do Distrito Federal. . O barco solar faz parte do projeto Energia Solar Fotovoltaica Aplicada ao Transporte e a Atividades Produtivas na Amazônia, desenvolvido em parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Com capacidade para transportar 22 pessoas e meia tonelada de carga, o barco tem o objetivo de possibilitar a geração de renda para comunidades amazônicas. Antes de ser entregue à comunidade no primeiro trimestre de 2013, o protótipo vai ser submetido a testes finais durante um mês, no Rio de Janeiro (RJ).
Perguntado sobre seu interesse pelo barco, Artur Rodrigues Ribeiro da Silva, 12 anos, também revelou ser bastante criativo. “É interessante porque cultura é sempre bom. Desperta o desejo de conhecer mais e produzir novas invenções que os cientistas ainda não fizeram”. Ele disse que pretende ser biólogo marinho. Avaliou de forma positiva a postura dos guias durante a visita: “eles ensinam bem, são muito profissionais”.
Estrutura solar
O projeto Energia Solar Fotovoltaica Aplicada ao Transporte e a Atividades Produtivas na Amazônia conta ainda com outras iniciativas voltadas para a geração de renda da comunidade do Furo do Nazário, beneficiária do protótipo do barco, e localizada em uma ilha próxima a Belém (PA). O barco será responsável pelo escoamento da produção da comunidade, cuja atividade produtiva baseia-se na pesca e na colheita do açaí, comercializados naquela capital.
A estrutura que servirá de base para a implantação de uma oficina comunitária voltada para atividades produtivas de homens e mulheres da comunidade já está sendo construída. No local, serão instaladas máquinas de costura para confecção de roupas e produção de artesanato pelas mulheres e equipamentos de conserto e reparo naval para os homens. A oficina contará com subsistema fixo da tecnologia fotovoltaica para geração de energia elétrica a partir da radiação solar. O sistema é semelhante ao desenvolvido para a unidade fluvial, que conta com um subsistema móvel.
O barco possui um espaço refrigerado para transporte do gelo e dos alimentos, assegurando a qualidade dos produtos que movimentam a economia local”, ressalta o pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Lucas Nascimento. “Por ser um projeto piloto, a comunidade deve ter infraestrutura para que seja bem acompanhado e garanta a geração de renda associada ao desenvolvimento sócio econômico.
Na comunidade será instalado um ponto de recarga para o barco, com um banco de 48 baterias, que garantem autonomia de dois dias mesmo à noite ou durante período de chuva. Seis máquinas de gelo, movidas por tecnologia fotovoltaica, serão instaladas na comunidade. Vão produzir 30 quilos de gelo diariamente. A água utilizada na produção do gelo vai ser tratada por um reator de desinfecção de baixo custo. Produzido com tubo de PVC, o reator foi desenvolvido por alunos da UFSC.
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https://www.mcti.gov.br/index.php/content/view/339558.html
Texto: Ricardo Abel – Ascom do MCTI