Um plano de gestão. Assim o pesquisador Leandro Ferreira, da Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG/MCTI), define o Plano de Manejo da Floresta Nacional (Flona) de Caxiuanã, no Pará. O documento foi aprovado por moradores, gestores públicos e representantes da sociedade civil organizada em 20 de setembro, em reunião de apresentação do documento pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversiade (ICMBio/MMA).
“O plano traz diretrizes que ajudam todos os envolvidos a reconhecer suas possibilidades de atuação dentro da Flona”, avalia a chefe da Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), Graça Ferraz.
A ECFPn é a base científica que há 19 anos o Museu Goeldi mantém em Caxiuanã, cujos diagnósticos sociais, florísticos e faunísticos foram elaborados por Graça e Ferreira com a pesquisadora Marlúcia Martins, também do museu. O intuito desses diagnósticos era de municiar, com informações científicas, os gestores do ICMBio responsáveis pela elaboração do plano de manejo. O documento traz, ainda, as vivências e impressões das populações tradicionais que habitam a unidade. Elas contribuíram para o planejamento por meio das participações nas Oficinas de Planejamento Participativo realizadas pelo ICMBio.
Criada em 1961, a Flona de Caxiuanã é uma unidade de conservação (UC) enquadrada na categoria de Uso Sustentável, ou seja, área onde deve haver a conciliação do uso consciente dos recursos naturais com a conservação da natureza. As Flonas admitem tanto a pesquisa científica quanto a permanência das populações tradicionais que a habitam desde a sua criação.
Um dos pontos principais do documento aprovado é o zoneamento, instrumento de ordenamento territorial com base nos solos e na vegetação presente na área, na dinâmica e na disposição dos cursos d’água e na localização das áreas de uso das comunidades, entre outro fatores. Ele divide a Flona em seis zonas, sendo que a de Manejo Florestal Sustentável ocupa quase 57% da área total. Além de definir regras para o uso econômico dos recursos da floresta, o plano possibilita a implantação do modelo de bionegócios, que é o aproveitamento econômico da biodiversidade local.
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Texto: Antonio Fausto – Agência Museu Goeldi