Representantes dos oito países da Organização do Tratado da Cooperação Amazônica (OTCA) estarão reunidos na terça (11) e na quarta-feira (12) para estabelecer o Observatório Regional da Amazônia, um fórum permanente de instituições voltado à elaboração de estudos de interesse para a região, com ênfase em biodiversidade. O encontro será no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), unidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em Manaus.
No primeiro dia, a diretora de Políticas e Programas Temáticos do MCTI, Mercedes Bustamante, apresenta o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), projeto lançado em abril pelo ministro Marco Antonio Raupp. “O observatório será uma forma de agregar a informação ambiental da Bacia Amazônica”, explica a diretora. “Há iniciativas semelhantes na Colômbia e nos países andinos, mas o modelo brasileiro chama atenção pela escala em termos de extensão territorial e pelo avanço que o país tem em algumas áreas de informatização das coleções, de catalogação dos dados.”
Além de Mercedes, representantes das outras sete nações apresentam seus avanços na área. “Vamos levar as ideias do SiBBr e, quem sabe, começar a transformar algumas ferramentas do sistema, para que ele possa também ser útil para os outros países”, diz. “Onde não existe nenhum modelo bem apoiado, podemos propor o desenho de algo novo, ou, caso já exista sistema implementado, vamos discutir de que forma eles podem interagir.”
Firmado em 1978, o Tratado de Cooperação Amazônica tem como signatários Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, com o compromisso de “promover ações conjuntas para o desenvolvimento harmônico da Bacia Amazônica”. Em 1995, as oito nações criaram a OTCA.
Em reunião de 13 de agosto, na sede do MCTI, em Brasília, o diretor executivo da OTCA, Mauricio Dofler, afirmou que o Observatório da Amazônia deve dinamizar a entidade. Segundo ele, as prioridades são constituir, além de um sistema integrado de informação, cursos de intercâmbio e seminários regionais.
Mobilidade na pesquisa
“Há uma ideia de promover um grande intercâmbio de estudantes dentro da OTCA. É uma frente que tem muito espaço para crescer”, diz Mercedes Bustamante. “Costurar isso seria realmente uma forma de dar mobilidade aos bolsistas, com possibilidade de comparar problemas semelhantes entre os diferentes países.”
Já o documento base para a reunião de Manaus aponta para a missão de incentivar o debate sobre o desenvolvimento amazônico e a construção de uma rede de pesquisa capaz de propor políticas públicas consistentes.
Para criar o observatório, a OTCA tem assessoria técnica do Inpa, do Instituto de Investigaciones de la Amazonía Peruana (IIAP) e do Instituto Amazónico de Investigaciones Científicas Sinchi, da Colômbia.
Texto: Rodrigo PdGuerra – Ascom do MCTI (atualizado em 06/09/2012)