O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e os presidentes da Capes e do CNPq no seminário. Foto: Giba/Ascom do MCTI
O papel dos núcleos de inovação tecnológica (NITs) nas universidades e nas instituições de pesquisa com intermediadores no processo de transferência de tecnologia entre a academia e o setor produtivo e a necessidade de uma política complementar de formação voltada aos profissionais que trabalham nestas unidades.
Os dois pontos fizeram parte das discussões da última mesa-redonda do seminário A Gestão da Propriedade Intelectual pelas Instituições de Fomento à Ciência, Tecnologia e Inovação, realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) nesta terça-feira (28), no auditório do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), em Brasília.
Outras questões abordadas foram a necessidade de maior atuação das agências de fomento, como o CNPq e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) junto com as fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs), a importância de ampliar o desenvolvimento tecnológico em outros setores, a exemplo do agronegócio, bem como a capacitação e o incentivo às pequenas e médias empresas brasileiras.
O evento reuniu 80 representantes dos setores empresarial, acadêmico e governamental, que tiveram, no encontro, a oportunidade de discutir a questão da gestão da propriedade intelectual em três painéis, tendo como mediador o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Alvaro Prata.
Na avaliação de Prata, a reunião com os diversos atores envolvidos com o tema permitiu perceber a convergência em relação à necessidade da implantação de mecanismos muito eficientes para aproximar o pesquisador do setor produtivo. Essa foi a intenção do governo ao criar os núcleos de inovação tecnológica, como prevê a Lei de Inovação, de 2004.
Concretização de ideias
Segundo Prata, existem hoje 205 NITs em todo o país, que podem ajudar como gestores do conhecimento científico e tecnológico – “Porque uma coisa é ter uma boa ideia e fazer uma pesquisa, e outra coisa é transformar aquilo num negócio de fato”.
Os participantes discutiram os aspectos formais e institucionais dos programas que estão sendo criados pelas agências e promovidos pelo MCTI e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), bem como a necessidade de se dar maior autonomia e liberdade aos núcleos, para que eles possam negociar e fazer esse papel de intermediação.
“Nós precisamos que os nossos NITs deixem de ser entidades mais cartoriais e formais, e que promovam e se tornem, cada vez mais, escritórios de negócios, buscando o respeito do setor industrial e trazendo o setor industrial para conhecer as boas ideias nas ICTs [instituições científicas e tecnológicas]”.
Participaram do seminário: o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), Jorge de Almeida Guimarães; o presidente do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), Ruben Dario Sinisterra; o diretor executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Naldo Dantas; o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi/MDIC), Jorge Avila; e o coordenador de projetos na área de Propriedade Intelectual da pasta, Rafael Marques; e representantes do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), entre outros.
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI