Depois de uma noite intensa de observação do céu, os participantes da 6ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (International Olympiad on Astronomy and Astrophysics - IOAA) enfrentaram a última etapa da competição, nesta sexta-feira (10), quando foi aplicada a prova de análise de dados. Ela consistia em um conjunto de dados de observação astronômica, do qual deveriam ser extraídas informações para responder às perguntas.

“Os estudantes pegaram os dados, fizeram um gráfico para, a partir de então, tirarem a resposta. Nessa prova, eles trabalham como se fossem astrônomos profissionais”, explicou o astrônomo do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast/MCTI) e organizador do evento, Eugênio Reis.

Para os estudantes, as opiniões divergiam quanto ao nível de dificuldade do exame. “A prova de hoje foi tranquila, cinco horas foi mais do que o suficiente para obter um bom resultado”, opinou Ana-Maria Constantin, romena que participa pela terceira vez da IOAA. “A análise de dados não exigiu muito conhecimento de astronomia, tinha muitos gráficos e estava bem trabalhosa. Não havia nenhuma questão impossível, mas estava cansativa, extensa e o tempo foi curto”, discordou representante brasileira, Karoline Burger.

Terminada a bateria de testes oficiais, os estudantes ficaram apenas com uma pendência, a atividade em grupo, que renderá uma premiação aos vencedores. O teste, com questões complexas de astronomia, foi entregue na manhã de sábado (11), sob a forma de um trabalho científico.

“No grupo, cada participante pegou uma questão para resolver. É um teste muito grande, portanto, trabalhoso. Dividimos as questões e cada integrante da equipe tem o compromisso de apresentar sua resposta pronta a tempo”, explicou a colombiana Monica Alejandra Sanjinez.

Capacitação de professores

Próximo à sala de teste de análise de dados pelos competidores, foi realizado um curso de capacitação de professores das escolas públicas de Vassouras e de toda a região no entorno, denominada Vale do Café. A capacitação, oferecida pela organização da 6ª IOAA, visou ampliar o conhecimento dos educadores em relação ao ensino de ciências nas escolas.

“Como a astronomia é pouco trabalhada na nossa região, nós, professores, temos que receber um estímulo para podermos incentivar nossos alunos para a ciência, tanto a que já existe nas escolas, quanto as correlacionadas”, afirmou o professor de química de Vassouras, Órbison Carlos de Lima. “Nesse curso, aprendemos sobre os movimentos da Terra, eclipse, formação de planetas, mapas estelares, localização das constelações e fizemos observação do sol. Todo o conhecimento que conseguimos aqui, será transmitido para sala de aula”, contou a professora de ciências em Barra do Piraí e representante da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), Késia Huais.

Ao final da capacitação, os telescópios utilizados na prova de observação do céu pelos competidores da 6ª IOAA serão doados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) às escolas públicas da região como incentivo ao ensino da astronomia. Com a doação, o trabalho do professor continua: “A princípio, enquanto o telescópio for novidade, os alunos ficam animados. A nossa tarefa é incentivá-los a continuar animados sempre. É um trabalho contínuo”, concluiu Órbison. 

                                                                                                     Texto: Kareen Arnhold - Ascom do Mast