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Conferência destaca atividade prática como opção educacional
26/07/2012 - 01:49
A coordenadora da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), Roseli de Deus Lopes, e o diretor de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Ildeu Moreira, participaram de conferência nesta quarta-feira (25) na 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Os dois – ela como conferencista e ele como apresentador – defenderam a inserção de atividades práticas no ensino básico, com o intuito de que as pessoas adquiram maior conhecimento em situações que podem ser aplicadas para medidas diferenciadas dentro da sociedade.

Roseli avaliou que a metodologia de ensino das escolas no país deve ser ampliada com a inserção de atividades práticas que possibilitem a ampliação do conhecimento. “Colocar 97% das nossas crianças do Brasil na escola não é suficiente. Alcançar essa meta foi importante, mas nós precisamos ter uma escola que prepare as pessoas para viver em sociedade e ser felizes, com desenvolvimento social”. Ela traçou parâmetros com relação a este aprendizado, ligando o ensino básico ao conhecimento de alto valor agregado adquirido nas universidades. “Não significa que inserir pessoas no ensino superior é suficiente para que o país seja desenvolvido. Tem que saber se é um ensino de qualidade ou não”, ressalvou.

A coordenadora da Febrace relatou a realidade que conheceu em países asiáticos. “Visitei escolas especiais de ensino médio que identificam alunos com grandes potenciais na escola básica, fazem uma série de análises, o que inclui dinâmicas de avaliações pessoais, e oferecem a esses jovens uma infraestrutura que você só encontra nas melhores universidades do mundo”. Em seguida, relacionou exemplos de infraestrutura que devem ser complementares para melhorar o aprendizado. “Eles têm um observatório em cima da escola, um laboratório de plasma para atender 300 alunos. Com isso conseguem descobrir em média entre 15% e 20% dos alunos com talento para alguma área.”

Para a palestrante, ter informações sobre ciência não é a mesma coisa que saber ciência e ser capaz de aplicar conceitos em diferentes contextos. “Ir para a escola decorar as matérias para passar em provas que só cobram a memorização de fatos sobre ciências e quais foram os países que fizeram alguma coisa não significa que vamos conseguir resolver nossos problemas”, disse. Ela considera que alguns itens são fundamentais para facilitar o aprendizado das matérias mais técnicas, como o aprendizado de línguas estrangeiras, o interesse em matemática, ciências e tecnologia, sensibilidade a questões culturais, além de aptidões sociais, cívicas e espírito de empreendedorismo.

Feiras de ciências

Roseli de Deus Lopes lembrou as feiras de ciências como ótimas oportunidades para estudantes colocarem em prática o que aprenderam nas escolas e ainda solucionarem questões do dia a dia em seu ambiente de convivência. Durante a conferência, três estudantes que participaram da maior feira do mundo para alunos do ensino médio, a Intel International Science and Engineering Fair (Intel Isef), realizada nos Estados Unidos, estavam presentes e relataram sua inserção no mundo científico. Dois deles foram premiados na edição deste ano.

Lucas Remoaldo Trambaiolli, de São Paulo, disse que a feira de ciências mudou sua vida. “Participar da Febrace foi fundamental para a escolha da carreira. Desde o primeiro ano da universidade eu faço projeto de iniciação científica, no final deste ano eu me formo em engenharia e já irei prestar prova para mestrado”, contou.
Segundo ele, o empenho em seguir na área resultou da participação nesse tipo de atividade durante o ensino médio, e a atuação prática cativou também seu pai: “Ele teve que ser meu orientador nos projetos, já que não havia ninguém que quisesse participar. Acabou que meu pai agora também trabalha para levar jovens para o caminho da ciência e todo ano tentamos participar da feira”.

Daniel Henrique Fiala, do Rio Grande do Sul, contou ter conversado com diversos médicos e resolvido criar um dispositivo que auxilia o atendimento de pacientes nos hospitais. “Meu projeto é o software que faz a triagem de pacientes de emergência pediátrica, que entre outras atribuições prioriza o atendimento conforme o grau de risco de saúde”, descreveu.

Já Ana Luiza Coutinho, do Ceará, diz que se sensibilizou com as dificuldades regionais da localidade que vivia com a família, pesquisou fórmulas na internet e criou uma solução simples, utilizando garrafas pet, para o problema da falta de água na agricultura de sítios. Ela incentiva a participação de jovens nas feiras. ”É indescritível descrever como é importante participar. Os jovens devem se informar sobre isso, porque só têm a ganhar”.

Edital

Ao final da conferência, Ildeu Moreira destacou que em agosto será publicado um edital conjunto entre Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Ministério da Educação (MEC), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) para apoiar a criação de feiras de ciências nacionais, regionais, estaduais e municipais, abertas a todos os interessados em levar ações educativas práticas para o seu espaço de convivência.


                                                                                                             Texto: Ricardo Abel – Ascom do MCTI
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