Primeiro passo para a inovação, a iniciação científica é um dos destaques da mostra de Ciência e Tecnologia (ExpoT&C), como pesquisas de alunos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) que se tornaram destaques no ano passado.

Entre eles, a busca por um tipo de camundongo para o estudo de uma forma grave de leishmaniose e a descoberta de uma variedade de argila com potencial de uso na perfuração de poços de petróleo. Esses são exemplos de destaques de iniciação científica em 2011, que se credenciaram a apresentar projetos e divulgar o prêmio na 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Luís, no Maranhão.

Agora alunos de mestrado, com bolsas para continuar suas pesquisas, Paula Seixas Mello, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Marcus Vinicius Costa Silva, da Universidade Federal do Pará (UFPA), conquistaram a honraria por seus trabalhos em Ciências da Vida e Ciências Exatas, respectivamente. Júlia Ishikawa, da Universidade de São Paulo (USP), venceu numa terceira área do conhecimento – Ciências Humanas e Sociais. 

Mestrado

“Se apresentar na SBPC faz parte da premiação, assim como receber uma quantia em dinheiro, mas o grande ganho para os vencedores é a bolsa de mestrado, que vai viabilizar o ingresso em programas de pós-graduação”, explica a responsável pelo Serviço de Prêmios do CNPq, Rita de Cássia.

Em um laboratório de Belo Horizonte, Paula testou camundongos a fim de contribuir no combate à leishmaniose mucocutânea, “uma forma rara, mas muito grave de manifestação da doença”. “Meu projeto durante a iniciação científica era caracterizar a inflamação desse animal infectado, verificar se havia similaridades com pessoas contaminadas e tentar propor um modelo para estudo da moléstia”, disse. Até o momento, o uso de células tronco tem reduzido lesões similares às humanas nas cobaias e, caso a pesquisa progrida, a mestranda acredita na proposição de um modelo de prevenção e terapia.

Já no campo das ciências exatas, Marcus se destacou por caracterizar um tipo de argila chamado bentonita, encontrado no sul do Maranhão, como fluido de perfuração de poços de petróleo. “Até então, só se sabia da ocorrência do material na Paraíba, onde, após dezenas de anos de exploração, a reserva está se exaurindo”, informou.

O trabalho da UFPA modificou as características da argila e concluiu sobre possíveis aplicações. “Ainda falta aprofundamento nas pesquisas, mas há grande potencial de uso, tanto na indústria do petróleo quanto em fundição, pet litter, que são granulados animais, descoramento de óleos vegetais, adsorção e catálise, dentre outros”, explicou o bolsista.

Talentos

Para Marcus, além de dar visibilidade à pesquisa, a presença na SBPC pode estimular novos talentos. “Fomos convidados pelo CNPq para apresentar uma parte do projeto e divulgar o prêmio, como um exemplo, como um incentivo aos estudantes”, afirmou. De segunda (23) a quarta-feira (25), os Destaques de 2011 na Iniciação Científica exibiram seus trabalhos na mostra ExpoT&C e, em seu último dia em São Luís, se apresentaram ao público em um auditório.

Mais abrangente em 2012, com a soma da categoria de Iniciação Tecnológica à Científica, o prêmio passa a contar com seis áreas do conhecimento, em vez de três. As inscrições podem ser feitas até 25 de agosto, nas próprias universidades, que indicam ao CNPq os três melhores de cada categoria.

Os seis vencedores recebem os prêmios das mãos do ministro da Ciência, Tecnologia Inovação e do presidente do CNPq, em Brasília, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, de 15 a 21 de outubro. Em 2013, eles devem repetir a trajetória de Paula, Marcus e Júlia, na 65ª SBPC, em Recife.

                                                                                                            Texto: Rodrigo Guerra – Ascom do MCTI