Ao ritmo dos tambores do candomblé de Alcântara, de violão em recital evocando poemas de José Chagas e Gonçalves Dias, além de uma apresentação de bumba-meu-boi. Fiel ao tema “cultura e saberes tradicionais” foi aberta, nesta segunda-feira (22), a 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), num belo cenário à beira mar, no campus da Universidade Federal do Maranhão, em São Luís.
O uso sustentável da biodiversidade nacional para o resgate das tradições milenares indígenas foi a base do pronunciamento do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp. “Esse gigantesco repositório de conhecimento, somado ao das chamadas populações tradicionais (como os ribeirinhos, os caiçaras e os quilombolas) constitui um patrimônio cultural internacionalmente reconhecido e valorizado”, disse.
Raupp destacou que, apesar do potencial, o Brasil ainda ocupa uma posição tímida no cenário internacional da biodiversidade. “O principal gargalo é o marco legal, que necessita de uma urgente adequação às necessidades do desenvolvimento sustentado”, apontou. “É preciso incorporar os conhecimentos tradicionais ao sistema da ciência, tecnologia e inovação, assegurando a seus detentores a divisão justa e equitativa dos benefícios, monetários ou não”.
A presidente da SBPC, Helena Nader, exaltou a cidade anfitriã, São Luís, “já quase quatrocentona, patrimônio cultural da humanidade e dona de um dos maiores acervos arquitetônicos e culturais da era colonial brasileira”.
Segundo ela, o tema “Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza” vai permear todo o evento, “fortalecendo o conceito de que o enfrentamento de nossos problemas sociais e econômicos requer o diálogo constante e o reconhecimento mútuo de nossos diversos saberes”.
Texto: Rodrigo Guerra - Ascom do MCTI