Tecnologias para geração de energia baseadas na biomassa devem ser priorizadas, em lugar daquelas voltadas à produção de energia solar e eólica. A proposta foi feita pelo coordenador de Desenvolvimento de Tecnologias Setoriais em Energia do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec/MCTI), Eduardo Soriano – representando o ministro Marco Antonio Raupp – durante o painel "Cooperação Sul-Sul e Triangular: solução inovadora para a consecução dos Objetivos do Desenvolvimento Durável (ODD) – Solidariedade e parceria para o acesso universal à energia", realizado durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (a Rio+20).
Na avaliação de Soriano, tecnologias para produção de biocombustíveis e energia derivados de biomassa permitem mais emprego e renda às populações envolvidas na atividade, assim como maior possibilidade de transferência tecnológica. Segundo ele, a promoção de agro energia poderá aproximar o Brasil de os países africanos, asiáticos e de língua francesa (francófonos), por meio da cooperação tecnológica e maior integração na produção de alimentos e de rações animais.
O argumento do coordenador do MCTI é de que, enquanto as usinas solares fotovoltaicas e eólicas somente geram energia, deixando grande parte dos investimentos nos países desenvolvidos, a biomassa, além da geração de energia, permite a produção de itens exportáveis, distribuindo renda entre as regiões produtoras de itens exportáveis, como biocombustíveis, briquetes e peletes. Ele acrescenta que a biomassa também abre espaço a projetos sustentáveis, pois não elimina nem exclui a integração com as demais tecnologias solar, eólica ou hídrica. As propostas de Soriano baseiam sua tese de mestrado sobre “políticas públicas e agroenergia em pequena e média escala”, orientada pelo professor Delmo de Oliveira Arguelhes, do mestrado de Ciência Política da Unieuro, de Brasília.
Commodity humanitária energética Durante o painel, Soriano também sugeriu a criação de um selo internacional social humanitário para biocombustíveis, semelhante ao do Programa Brasileiro de Produção e Uso do Biodiesel, coordenado pela Casa Civil da Presidência da República.
O coordenador do MCTI explicou que o selo humanitário – que poderia adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) – seria vinculado a biocombustíveis como o etanol e o biodiesel, produzidos por cooperativas de produtores ou arranjos produtivos de países devastados por catástrofes climáticas e terremotos ou em estado de calamidade humanitária, como o Haiti. O selo, acrescentou ele, auxiliaria na geração contínua de emprego e renda, sob condições preferenciais de preço e acesso ao mercado internacional pelo que chamou de combustíveis “verdes” ou “commodity internacional humanitária energética”.
Ascom do MCTI, com informações da Setec