O aquecimento global é, hoje, considerado como um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta para frear os danos que tem causado no planeta. Marco Aurélio Vasconcelos de Freitas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), mostrou na
Arena de Debates, com gráficos e projeções, de que forma o aquecimento global vai, provavelmente, atingir a Terra nos próximos 100 anos e apontou caminhos para que as emissões de carbono sejam reduzidas, especialmente por meio das fontes renováveis de energia.
“Vamos recordar da Rio 92. Até 1994, o aquecimento global era um tema ainda questionado, nem todo mundo achava que era um fenômeno real”, relembrou Freitas. “Os acordos feitos no Protocolo de Kyoto não fizeram nem cócegas no aquecimento global, conseguiram no máximo uma redução de 0,5% nas emissões de carbono.”
O pesquisador esclareceu que, até hoje, é difícil separar o aquecimento urbano, causado por ilhas de calor, do aquecimento global, causado principalmente pelo aumento nas emissões de gases de efeito estufa, o que gera uma flutuação nas medições de diversos institutos. Aurélio também revelou que um fator que acaba criando visões distorcidas é a verificação de invernos mais frios no hemisfério norte, um fator que, a princípio, parece contradizer o aquecimento global, mas é, na verdade, resultante do degelo dos polos.
Na questão da matriz energética brasileira, o palestrante enfatizou o papel da hidroeletricidade, da energia eólica e da biomassa como alternativas à queima de combustíveis fósseis.
Com um gráfico, Marco Aurélio Vasconcelos de Freitas mostrou como as fontes renováveis se tornam mais eficientes, populares e baratas com o tempo. “Nos anos 70, o álcool era conhecido como ‘indústria de vinhoto’”, disse, referindo-se a um dos subprodutos nocivos da produção de álcool da cana. “Atualmente, as usinas não só produzem álcool como são autossuficientes na questão da eletricidade, e ainda exportam energia para a matriz energética brasileira.”
As Exposições Científicas e Tecnológicas para o Desenvolvimento Sustentável, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), continuam suas atividades até sexta-feira (22), de 9h a 19h, no Armazém 4, do Píer Mauá.
Acompanhe a participação do MCTI na Rio+20. Texto: Gerhard Brêda – Ascom do MCTI