A série de palestras, mesas-redondas, reuniões técnicas e discussões realizadas durante o 5º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel e do 8º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel, reafirma a declaração do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, durante a solenidade de abertura dos trabalhos: “Ao promover a pesquisa científica e tecnológica afetamos a questão ambiental e social neste país”.

A posição atual do Brasil como um dos principais produtores de biodiesel do planeta é fato. Assim como é consenso que o aumento dessa participação está diretamente relacionado aos resultados de pesquisas, ao desenvolvimento e aos investimentos aplicados em toda a cadeia produtiva. “Nosso país possui um diferencial porque produz energia renovável fazendo inclusão produtiva com a agricultura familiar. E a lógica é apostar na melhoria da gestão econômica deste setor”, declarou o assessor especial do MCTI Marco Antonio Viana Leite.

A Alemanha é outro dos líderes na produção mundial. Uma das palestras internacionais, ministrada por Juergen Fisher, representante da AGQM (programa de qualidade do biodiesel) de Berlim, tratou exatamente dos estudos sobre os componentes do combustível e o impacto sobre a qualidade – desde a produção, passando por transporte, armazenamento e infraestrutura de comercialização, de acordo com a experiência germânica.

Fisher lembrou que o modelo alemão, desde o seu início – quando havia pouca experiência na produção – obedecia a parâmetros restritos de padronização para garantir qualidade e estabilidade para o produto de ponta a ponta. “Trabalhamos com o desafio permanente de atender todas as especificações exigidas pela associação europeia”, explicou. “Acabamos desenvolvendo um modelo de gestão capaz de padronizar todo o ciclo produtivo. Essa estrutura de qualidade atende tanto as grandes fábricas quanto os pequenos produtores do biodiesel. Todos, produzindo qualidade.”

Diante de pergunta sobre qual o desafio comum entre os dois gigantes, Fisher não hesitou: “na Alemanha precisamos continuar mudando a mentalidade, procurando novas soluções constantemente”.