Autoridades no seminário entre Brasil e UE. Foto: Giba/Ascom do MCTI
Representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) participaram nesta terça-feira (3) do Seminário Brasil-UE sobre Ciência, Tecnologia e Inovação: Próximos Passos. O encontro, no Palácio Itamaraty, em Brasília, dá continuidade às negociações de cooperação entre as duas partes.
Um dos pontos reiterados foram as similaridades entre os dois planejamentos vigentes para o setor: a
Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) 2012-2015, do lado brasileiro, e o
Horizon 2020, programa-quadro do lado europeu.
O secretário de Política de Informática do MCTI, Virgilio Almeida, transmitiu mensagem do ministro Marco Antonio Raupp, que não pôde comparecer. “A declaração conjunta da presidenta Dilma Rousseff e do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, durante a 5ª Cúpula Brasil-União Europeia, evidenciou a importância da cooperação em C,T&I”, disse.
A cúpula foi realizada em outubro de 2010 em Bruxelas. Brasil e União Europeia (UE) mantêm acordo de cooperação científica e tecnológica desde 2007.
A chefe da Delegação da UE no Brasil, embaixadora Ana Paula Zacarias, manifestou concordância com a fala brasileira: “Meu discurso é igual ao do ministro, então acho que está muito bem”. Ela disse haver consenso de que pesquisa e inovação são cruciais para construir um futuro para a União Europeia e comentou que a Encti e a Horizon têm o mesmo objetivo, de fazer com que C,T&I sirvam ao desenvolvimento sustentável.
Único caminho Na mesma linha, a presidenta da Comissão de Indústria, Pesquisa e Energia do Parlamento Europeu, Pilar Del Castillo, falou da inovação como “o único caminho” para o bloco sair da atual crise econômica. “É uma necessidade absoluta para nós”, disse. A parlamentar destacou que a UE ainda representa a maior economia do mundo e apontou os três eixos do Horizon: pesquisa de excelência, liderança industrial e desafios sociais. Integrantes da comissão parlamentar fazem, nesta semana, a primeira visita ao Brasil.
De acordo com o oficial de Projetos de Ciência e Tecnologia da Unesco Ary Mergulhão, o mesmo tom prevaleceu na mesa-redonda realizada durante a manhã como parte do seminário. “Destacou-se a centralidade da ciência, da tecnologia e, com ênfase muito grande, da inovação para solucionar os problemas que enfrentamos. Foram identificados alguns desafios para a cooperação avançar”, relatou. “São eles: ideia clara das prioridades, assimetrias em instrumentos e legislação, dificuldade em estimular empresas a participar dos projetos em inovação, algumas disparidades nas normas de propriedade intelectual, estímulo à circulação de pesquisadores.”
O diretor de Temas Científicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Benedicto Fonseca Filho, ressaltou que a União Europeia é o maior investidor estrangeiro no Brasil e principal destino das exportações do país. Ele defendeu a necessidade de governos e parlamentos atuarem juntos para implementar uma estratégia em que ciência, tecnologia e inovação cumpram seu papel. O deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) enfatizou a necessidade de enfrentar as mudanças climáticas globais com uma agenda que ao mesmo tempo seja capaz de criar emprego e renda. Também compuseram a mesa a embaixadora Carmen Moura, do MCTI, e o conselheiro da UE Angel Landabaso.